sexta-feira, 5 de julho de 2013

Capítulo 17 - Algumas coisas simplesmente não voltam mais (Parte I)


Virei a página. E não vou mentir… Claro que custava, claro que ainda doía, ainda magoava, mas graças a Deus estava a conseguir dar a volta por cima dos destroços e a oferecer um novo rumo à minha vida, sem mais desilusões nem enganos que a abalassem.
Ficar em casa dos meus avós mais dois dias do que planeara primeiramente, ajudou-me a recompor um bocadinho, retirar os alinhavos que selavam os tecidos rasgados da minha alma e erguer de novo a cabeça, que se abaixara depois da partida definitiva do ainda dono do meu coração.

- Pronto, aqui está tudo… Tudo arrumadinho! – proferi, depois de fazer correr o fecho da última mala… finalmente com as bagagens prontas e aviadas para me mudar para a minha “nova” casa

- Tens a certeza de que é isto que queres fazer? – a minha avó, que permanecia junto à porta do meu quarto, expressou uma vez mais naquela manhã, o seu querer e vontade indubitáveis em eu continuar a viver debaixo da sua alçada

- Oh avó… - num suspiro deambulado, a minha cabeça inclinou-se delicadamente para o lado quando os meus olhos a procuraram num acto de profundo carinho e compaixão, e os meus pés não hesitaram em traçar caminho ao encontro dela – Já falámos sobre isto. Eu vou ficar bem, sei cuidar de mim, já não sou uma menininha…

- Para mim serás sempre uma menininha, a minha netinha… - desabafou enquanto me abraçava, num aperto caloroso e extremamente aconchegante – Já estava tão habituada a ter-te aqui comigo…

- Eu sei, avó, mas também eu não vou mudar de cidade nem de país… Vou só mudar de casa, e ela não fica tão longe daqui quanto isso!

- Então não te esqueças de nos vires visitar, está bem?

- Claro que não me esqueço, avó! Sempre que puder venho cá vê-la a si, ao avô, ao Leonardo, à Rosa… Sim? – cuidadosamente e num gesto delicado, os meus dedos trinaram os cabelos curtos e pintados dela, que lhe emolduravam perfeitamente o rosto de uma senhora de sessenta e cinco anos de vida

- Vamos então… Eu vou contigo até ao carro. – ladeadas uma pela outra, e também por Leonardo que prestou o seu auxilio ao ajudar-me com as malas, descemos até ao largo da entrada onde tinha o meu carro estacionado – Toma as tuas chaves… E liga quando te instalares!

- Obrigada, avó! – fechei a bagageira onde tinha arrumado as malas, e na minha mão recebi as chaves da minha casa, que nos últimos anos haviam ficado na posse dos meus avós – E pode ficar descansada que assim que tiver tudo arrumadinho, tudo no sítio e bem instalada, eu ligo-lhe!

- Conduz com cuidado, meu amor! – aconselhou, deixando o seu instinto protector falar, numa preocupação acrescida e jamais ultrapassada que tinha em minha guarda e a qual eu lhe agradecia, pois o facto que nos pode reconfortar mais é o de termos a certeza eminente de que há sempre alguém que se preocupa e que vai estar lá para cuidar de nós

- Adeus, avozinha! – dei-lhe um beijinho carinhoso na sua face de pele macia e um abraço, que apesar de curto foi apertadinho o suficiente para extravasar o sentimento fraternal de que partilhávamos – Adeus, meu querido Leonardo! – como não podia deixar de ser, e como ele fazia praticamente parte da família, despedi-me também com um beijinho do meu querido mordomo

Sorri aos dois numa gratidão irretorquível e tomei passos livres até à porta do meu jeep e entrei, pronta para iniciar então mais uma, e desta vez nova, jornada.
A viagem durou cerca de uma meia hora e verdade seja dita que eu vinha tão embrenhada aos meus pensamentos tanto quanto ia concentrada na estrada e em todos os movimentos que nela circulavam, que nem dei pelo tempo passar, e somente dei conta de onde estava no último cruzamento antes da rotunda, e tudo à minha volta, tudo o que me rodeava, tornou-se demasiado familiar para mim. Aproximei-me dos muros que cercavam os jardins da imponente vivenda e com um simples e rápido toque no pequeno mecanismo preso às chaves, activei o portão de sensores que abriu automaticamente ao meu sinal, continuei com as mãos no volante guiando até aos interiores e deixei o carro estacionado fora da garagem, pois iria voltar a sair dentro de um par de horas.
Alberguei uma mala em cada mão e passo ante passo fui ao encontro da entrada que fazia ligação com o interno da casa. O simples facto de fazer rodar a chave entre a minha mão provocou em mim uma sensação de Dejá Vu, como há muito eu já não sentia. O som típico da chave a rodar na fechadura indicou o destranque e com um empurrão ligeiro na porta pesada, permiti a sua abertura total para uma maior e mais precisa contemplação à primeira vista.

- Lar doce lar… - demandei, num desabafo provavelmente intencionado pelo karma, que ao fim de três anos me mostrava ali o ponto do meu recomeço

Dei os primeiros passos no hall, deixando as malas junto da porta, não me contive em curiosidade em redescobrir todos os recantos e pormenores adormecidos na minha memória, mas ao percorrer as primeiras divisões apercebi-me que tudo como fora deixado assim permanecia… Tudo continuada igual, tal qual a minha memória preservada, continuava tudo nos mesmos sítios, as mobílias, as fotografias emolduradas, os quadros das paredes, até o cheiro a jasmim e hortelã pairava no ar, fazendo-me levar a recordar a doce frescura dos meus tempos intocáveis de infância, e que indiscutivelmente tinham sido dos mais felizes.
Como uma imagem dissipada diante dos meus olhos, revi-me naquela casa, em tempos, aquando ainda era criança e onde a meninice ainda me retinha nas malhas da inocência… descia as escadas de um modo comicamente trapalhão, correndo para os braços do meu pai que me esperava junto ao sopé, pronto a receber e mimar a menina dos seus olhos. Mas agora tudo me parecia distante, triste demais para recordar.
Abri a porta do meu antigo quarto e entrei, sorrateiramente, como se de alguma maneira estivesse a invadir o quarto de outra pessoa, a vida passada de outra pessoa. Olhei, vi, e enxerguei cada objecto em meu redor, e nada do que eu pudesse sentir ultrapassaria a sensação de estar em casa.
Aproximei-me de uma das mesinhas de cabeceira e um objecto em particular chamou pela minha atenção, e sem mesmo dar conta, um filamento de lágrimas formou-se à tona dos meus olhos… Uma fotografia, uma fotografia que eu deixara para trás aquando a minha partida, perdurava ali, preservando um momento de felicidade numa imagem, como se o tempo tivesse sido parado e não passasse… Naquela fotografia padecia eu ainda no corpo e sorriso de uma garotinha, os meus pais e o meu irmão, ainda no seu primeiro ano de vida, sorriamos de tão felizes que estávamos, só não poderíamos adivinhar os maus tempos que estariam para vir e com eles levarem toda aquela nossa felicidade, que num sorriso de trágico engano, chegáramos a julgar ser eterna.

- Que saudade… – ditei num murmúrio avassalado de sonhos que chegaram ao fim, retendo a fotografia na minhas mãos e passando com a falange dos dedos sobre o vidro da sua moldura, na esperança de conseguir tocar-lhes

Daquela maneira restava-me agarrar as recordações esquivas e preservar a sensação de calor que elas me proporcionavam.
Trouxe as malas para o quarto mas pouco lhes mexi, apenas para retirar uma muda de roupa que iria vestir para sair, tinha marcada uma entrevista para uma revista feminina para logo depois de almoço e por isso teria de deixar as arrumações para quando voltasse.
Troquei as jeans por uma saia longa e fresquinha e os ténis por umas sandálias leves que me iriam permitir andar confortável durante toda a tarde. Deixei o meu cabelo modelarmente liso e solto, e reforcei a longevidade das minhas pestanas com duas leves passagens de rímel.



Quando alcancei o meu pulso para colocar o relógio, deparei-me com mais uma lembrança, mas desta fez era uma daquelas lembranças para a qual eu não queria voltar a olhar: a pulseira que Ruben me oferecera quando completáramos um ano de namoro e a qual gravava o sentimento, que ingenuamente, juráramos ser sempre. Retirei-a sem pensar mais no assunto e foi numa caixinha de madeira sustida em cima da cómoda, onde na qual eu costumava guardar todas as minhas bijutarias, que a coloquei bem fechada, prometendo-me não ter mais a vontade de voltar a pegar nela.

- Capítulo encerrado! – pressagiei a mim mesma, tentando convencer-me com o duelo das minhas próprias palavras

Seria um capítulo encerrado, seguramente, se eu já não o amasse tanto, se já não desejasse correr-lhe para os braços ou se já não sonhasse com o momento em que ele viesse procurar-me, pedir-me desculpa e implorar-me que voltasse para ele. Mas claro que nada disso iria acontecer… Ele agora ia casar, tinha planos para o futuro que não se cruzavam com os meus e estava feliz ao lado de outra mulher.
Agitei a cabeça aleatoriamente de modo a afastar esses pensamentos que poderiam desarmar-me num choro intempestivo que eu prometera naquela noite não voltar a ceder por ele.
Voltei a descer e foi na cozinha que eu fiz a paragem seguinte, como sabia que a Maria tinha ido às compras lá para casa a mando da minha avó, deveria ter lá qualquer coisa para preparar o almoço, mas a vontade de cozinhar sumiu-se mal a senti chegar… Preferi antes optar por uma coisa mais rápida de fazer, simples e leve, e por isso fiquei-me apenas por um iogurte de pedaços e uma peça de fruta que retirei directamente da fruteira.

“- Isso é lá almoço de gente!” – se a minha avó ali estivesse, era o que de certeza ela me iria dizer, e com base nisso, não pude deixar de me rir com aquele meu devaneio

Levei a maçã comigo e fui comê-la para a sala, despojando-me no sofá onde já há tanto tempo eu não tomava lugar. Alcancei o comando e liguei a televisão, não na finalidade em prestar-lhe alguma intenção, porque àquela hora deveriam de estar a passar na maior parte dos canais, aqueles programas entediantes que ninguém suficientemente capacitado deveria ver, mas liguei-a sim por sentir a falta de vozes naquela casa, a agitação e rumor que era frequente e que agora tinham sido substituídos por um silêncio albergado e aterrador ao qual não gostava de me sentir envolta.
Como ainda me restava um tempinho para sair, coloquei o meu portátil em cima dos joelhos e acedi à caixa de correio electrónico, que eu não abria há semanas, na esperança de encontrar algo para ler.

- Que estranho, não tenho este… - indaguei numa sonância de estranheza, quando ao deslizar o cursor sobre o ecrã, me detive ao deparar-me com uma mensagem de um endereço que não constava na minha lista de contactos, e por isso foi a primeira que abri

Na minha frente descodificou-se uma mensagem breve a qual eu já não esperava, mas discerni rapidamente de quem era, e ao traçar uma leitura integral traduzi mentalmente e sem dificuldades o seu conteúdo.


“Querida Joana,

Sei que já passaram algumas semanas, mas desde o nascimento da minha filha que a minha vida tem andado meio desordenada, uma verdadeira agitação, e o pouco tempo livre que vou tendo é inteiramente dedicado à minha bebé.
Como não tive tempo de te agradecer devidamente naquele dia a enorme ajuda e apoio que me prestaste, agradeço-te agora e através deste e-mail, na incerteza de nos voltarmos a ver. Não há palavras que possam descrever a minha gratidão nem gestos que possam retribuir o que fizeste por mim no momento em que mais precisava de alguém do meu lado, e de repente apareceste tu, uma total estranha que me deu a mão e me prestou o maior e mais ansiado auxílio num momento em que as emoções estavam à flor da pele, e só te posso agradecer do fundo do coração por isso.
Já agora, e pensei que gostasses de saber, como ainda não tínhamos decidido um nome para dar à bebé, eu e o meu marido decidimos de forma unânime, chamá-la de Joanne, em atributo a ti, visto que estiveste presente no momento em que ela nasceu e foste a primeira a recebê-la nos braços.
Ela é uma bebé linda e saudável que cresce dia após dia, e eu não poderia estar mais feliz e radiante com esta bênção de Deus, e posso dizer que estou a viver a fase mais bonita da minha vida.
Contigo espero que esteja tudo bem, tal como espero receber notícias tuas assim que leres este e-mail.

Beijinhos,
Olívia

P.S.: Em anexo deixei-te algumas fotografias da minha princesinha :)”       


Ficar emocionada foi algo que eu não tive como evitar, porque o facto era que aquela mensagem tinha-me aquecido o coração e revitalizado a alma, ou o que ainda restava dela. Cheguei inclusive a sentir as lágrimas de novo subirem à linha dos meus olhos e correrem depois pelas faces em dois fios muito fininhos, estarrecendo a alegria súbita que me invadiu quando olhei carinhosamente as fotografias da bebé, e também um sorriso meu surgiu no meio de tudo aquilo.
Escrevi-lhe de volta, respondendo em breves mas precisas linhas, o meu agradecimento e a mais profunda gratidão pelo lisonjeamento por se terem inspirado no meu nome para colocaram um à menina, disse-lhe também que me encontrava bem – literalmente – e despedi-me desejando-lhe as maiores felicidades a ela e à família, que agora era preenchida com um novo membro que veio certamente dar mais luz e sentido à vidas dos recém-papás.
Fechei o tampo do computador e olhei à minha volta num suspiro que se dissipou pelas quatro paredes… Como o tempo podia alterar a vidas das pessoas e como as pessoas mudavam com ele.

- Bolas, tenho que me ir embora! – olhando o relógio de pulso num relance despreocupado, facultei o pouco tempo que me restava para chegar ao meu compromisso daquele dia, e por isso mesmo coloquei o computador sob a mesinha de apoio da sala, desliguei a televisão e saí de casa, alcançando antes a minha mala que não poderia esquecer



*** 



- Joana? – de olhar meio perdido pelo jardim em busca de alguém que me orientasse, ouvi e seguidamente vi uma voz acompanhada pelo caminhar moroso de uma rapariga que dera por mim e que se apressou a vir ao meu encontro – Joana, ainda bem chegaste… Olá!

- Oh, olá… Boa tarde! – cumprimentou-me com um aperto de mão repuxado a dois beijinhos, a rapariga sorridente que eu supus ser colaboradora da Lux, a revista para a qual aceitei dar uma pequena entrevista – Peço desculpa por chegar agora… Venho muito em cima da hora?

- Não, não… Ainda temos tempo! Eu sou a Catarina, fui eu que marquei contigo a entrevista… - de sorriso e simpatia permanente em seu rosto jovial, começámos a caminhar pelo jardim de uma casa privada, que eu sabia ter sido reservado para aquela sessão, onde vi ainda estarem a fazer a montagem e preparação do cenário para as fotografias – Foi difícil dares com o sítio?

- Ah… Não, nem por isso! As tuas indicações ao telefone também foram preciosas! – referi calmamente, desviando uma tira de franja dos meus olhos, e num instante breve soltámos breves gargalhadas

- Óptimo, ainda bem que pude ajudar! Então vamos fazer o seguinte… Se já estiveres pronta para começar, iniciamos com a sessão, vais mudar de roupa lá dentro, a maquilhagem, e concluímos então com as perguntinhas… Parece-te bem?

- Sim, sim… Parece-me óptimo! – acordei num movimento singular da cabeça, pronta para pôr mãos ao trabalho

Comecei por trocar de roupa que a produção havia leccionado e trazido propositadamente, fiz a maquilhagem e na hora seguinte predispus-me inteiramente ao trabalho fotográfico.

- Joana, eleva um pouquinho mais o queixo… Isso, continua a não olhar para a câmara, fixa-te noutro ponto! – recomendou o fotografo, que ia sempre dando dicas à minha postura antes de mais um flash – Preciso aqui de uma ventoinha, por favor!

O tempo correu num pestanejar sucinto de olhos, que não esteve ao meu alcance prescindir, pois nos últimos dias o tempo tinha sido tudo menos favorável para mim, fazendo-me querer perpetuar àquela dor que ainda habitava o meu coração, e quando dei por isso, estava já sentada à mesa do jardim juntamente com Catarina, albergadas por um enorme guarda-sol que nos protegia na hora de mais calor.

- Então, Joana, vamos falar um bocadinho, descontraidamente, eu vou fazendo-te umas perguntas e quero que estejas à vontade para responder, vê isto como uma conversa… E como tal a conversa vai ficar registada aqui no gravador para depois podermos seleccionar e editar as perguntas porque provavelmente não sairão todas.

- Ok, vamos a isso! – disponibilizei-me inteiramente, mas sabendo em primeira mão que aquela conversa não se arrastaria para certos assuntos da minha vida íntima e privada que eu iria continuar a manter reservados, e os quais me poderiam suscitar vários níveis de desconforto, como seria o caso dos meus relacionamentos

- Joana, há pouco alguém ali da produção perguntou-te se querias ir ver as fotografias e tu disseste que não… Porquê? Não costumas ver as fotografias enquanto ainda estás em sessão?

- Geralmente não o faço e evito fazê-lo, não gosto de me ver enquanto ainda estou a trabalhar… Gosto apenas de ver o resultado final, porque senão vou concentrar-me muito nos pormenores… A cabeça que deveria ter ficado mais inclinada, o olho que deveria ter ficado mais aberto, essas coisas… E acho que ia acabar por ser tornar em algo mais robótico do que propriamente natural.

- Eu estava a ver e tu tens ali umas posses… Numas estás com ar de sedução, depois fazes ar de menina, no que é que pensas quando estás a ser fotografada?

- Muito sinceramente eu não costumo pensar em nada em particular, concentro-me apenas no que o fotografo me está a pedir e tento fazer o meu melhor.

- E quanto aos teus admiradores, às pessoas que seguem o teu trabalho… És muito assediada na rua?

- Se sou muito assediada na rua? Não, não de todo… É uma coisa muito moderada, acho que consigo passar bem despercebida! – depreciei, deixando-nos às duas rir levemente – Também não sou nenhuma cantora nem actriz, acho que o trabalho de manequim é uma coisa mais discreta! – completei logo depois, verbalizando o facto de não me ver como uma celebridade nem tampouco como uma estrela nacional

- E o que é que te tira do sério? O que te faz perder a paciência…

- Eu não costumo perder a paciência com muita facilidade, mas quando isso acontece provavelmente a mentira está envolvida… Eu não tolero muito bem a mentira, não tolero que me mintam.

- Então és pró-verdade, achas que a verdade devesse-se ser sempre dita…

- Eu quando falo numa mentira, refiro-me a uma mentira pesada e não àquelas mentirinhas inofensivas do dia-a-dia… Mas sim, em regra geral sou a favor da verdade. A menos que… E eu acho que a mentira só deve entrar quando é para esconder uma coisa que vai causar uma dor maior com a verdade. Mas sem dúvida que a mentira é geralmente uma coisa que me tira do sério. 

- Lembraste de alguma vez te teres visto numa revista que viesse a dizer alguma coisa sobre ti que achasses mais engraçada?

- Hum, eu acho que sim, deixa-me pensar… Ah! Vi uma revista já há algum tempo, e não me lembro em qual foi, provavelmente foi numa daquelas que adora fazer uma tempestade num copo de água, onde me apanharam sozinha no centro comercial, e especialmente naquela momento eu estava mais cabisbaixa, é natural que não tenha que andar pelos corredores do shopping histericamente feliz… Pronto e então puseram como título “Joana sofre por amor” ou “Joana abalada por amor”, era qualquer coisa do género, e diziam que eu supostamente tinham acabado o meu relacionamento com o Pedro Morgado, que por acaso é o meu melhor amigo e também o meu agente… Enfim, fizeram uma novela em volta do assunto por já termos sido vistos imensas vezes juntos e cheguei a comentar isto com ele e rimo-nos imenso à custa do assunto! – voltei a rir-me recordando aquele episódio, e Catarina  voltou a acompanhar-me na chacota

- Sabemos que ainda estás a estudar… Tens outros sonhos para além desta carreira? Foi sempre isto que quiseste ou tinhas outros sonhos em criança?

- O que eu queria ser em menina era bailarina, e foi o meu avô que me abriu caminho para esse sonho… Inscreveu-me no ballet clássico e andei lá cerca de sete anos, mas acabei por não seguir por esse caminho, primeiro porque não suporto muito bem a dor e então no ballet é muito rigoroso, há muita disciplina e como eu sempre tive os pés assentes na terra, resolvi seguir os passos da minha mãe e cursar Direito, algo que sempre me fascinou e seguir também no caminho da moda surgiu ali no meio, era uma coisa que eu queria muito e adoro fazer.

- E como está a ser o teu dia-a-dia?

- A azáfama de sempre… Estive duas semanas fora em Madrid e Londres, em trabalho, e há coisa de um mês estive em Punta Cana a gravar um anúncio… E ando assim, a aproveitar o máximo dia de férias que vou tendo antes que chegue mais um ano de faculdade.

- Ainda bem que te referiste a Punta Cana porque era o que eu ia mencionar a seguir… Fala-nos um pouco desse trabalho que fizeste lá, como foi a experiência?

- Foi uma óptima experiência, talvez das melhores que já tive… Ter sido escolhida para representar uma marca mundial e trabalhar com uma equipa fantástica, ainda para mais naquele paraíso que são as Caraíbas, foi um grande privilégio. – a simples tendência de tocar naquele assunto referindo apenas o melhor dele, fez-me recordar os dissabores que este também me trouxera

- E tens ideia de quando é que esse anúncio sai cá em Portugal?

- Vai depender de quando sair também o produto, como é óbvio, mas tenho ideia que eles me disseram que talvez para o final do ano já esteja disponível cá e com isso o anúncio também vai estrear…

- E que conselhos darias a quem quer começar uma carreira de manequim?

- Conselhos? Acho que ainda não me sinto com capacidade de dar muitos conselhos, falo pela minha experiência. Sobretudo porque hoje em dia vulgariza-se muito o ser manequim, o ser modelo, porque parece ser mais fácil de acessar do que realmente o é. Acho que as pessoas sem dúvida alguma devem ter paixão, e quando se tem paixão por algo devesse lutar por isso, conseguir a formação que tiver ao alcance e tentar entrar no mercado de trabalho, sem desistir, com humildade sempre, com garra, vontade de vingar e sonhem… com os pés assentes mas sonhem.

- Desejos que tens para o futuro?

- Desejos para o futuro… Os meus desejos passam por em primeiro lugar ser feliz, ser feliz é o objectivo principal, a minha família, amigos e todas as outras pessoas, a felicidade e tudo o que lhe seja inerente, é o principal. – desejei, mesmo sabendo que o meu poço de felicidade não estava mais comigo, não me fazia mais feliz



***    


- Joana, muito obrigada pela tua disponibilidade e colaboração, foi um prazer trabalhar contigo! – depois da conclusão do trabalho, faltou rematar com os acertos de uma despedida breve com a simpática Catarina

- O prazer foi meu! – voltámos a trocar dois beijinhos logo depois de ela me acompanhar até à saída

- Quando tivermos as fotografias prontas, eu entro em contacto contigo para que as possas ver antes da publicação!

- Ok, muito obrigada! – agradeci uma vez mais, na demanda de regressar à simplicidade do meu dia-a-dia

Saí pelos mesmo portões por onde entrei, de acesso directo ao jardim, e em passadas serenas que não se apressavam em correr para lado nenhum – porque já não tinha efectivamente para onde correr –, as minhas sandálias soquearam o asfalto do passeio que engendrava o caminho de volta ao meu carro.
Fizesse o que fizesse, percorresse os caminhos que percorresse, o meu dia acabaria sempre da mesma maneira… Sozinha de regresso a casa. Era assim a rotina da minha vida e não havia muito do que eu pudesse ainda fazer para alterar o seu ciclo.
Num suspiro de intransigente fastio, rodei a chave na ignição e esperei que o meu veículo me levasse por trilhos menos morosos dos que eu já havia percorrido.
Aquela era a hora de ponta e o trânsito da enorme Lisboa encontrava-se descomunal, travando-me consigo nos acessos por largos e acentuados minutos, que se não fosse a música de rádio que passava no carro, a irromper pelo marasmo da espera, eu iria facilmente entrar numa onda de desespero.

- “Some people want it all, but I don't want nothing at all/ If it ain't you baby, If I ain't got you baby/ Some people want diamond rings, some just want everything/ But everything means nothing If I ain't got you…” – o meu telemóvel tocou inesperadamente no suporte junto do tablier, permitindo-me por esse motivo atender a chamada em altifalante

- Estou sim? Pedro? – inquiri na incerteza eminente de estar a falar com o meu melhor amigo, pois os meus olhos fugiram instantaneamente do ecrã do meu telemóvel para pousarem na auto-estrada que retomara o seu movimento, não me permitindo ver com clareza o nome que surgira no visor

- Olá minha jóia! – o seu tom bem-aventurado de uma disposição levitada, forçou-me a um sorriso que sobressaiu em meus lábios entre a máxima naturalidade

- Hum… Estamos tão bem dispostos hoje…

- Se fosse só hoje… Quando é que me viste mal disposto, diz lá? Nunca, nunquinha! Eu estou sempre de bom humor!

- Vi-te mal disposto quando perdemos o campeonato…

- Oh, tá bem… Mas isso não conta, tinha motivos suficientes! – desta feita foi um tom de voz mais rezingão que se apoderou do seu palavreado, e isso ressentiu-se em duas breves e distintas gargalhadas que soltei

- Hum… Mas então, estás bem?

- Estou… Cheguei agora da praia com a Ana, estava a precisar de dar um mergulho e apanhar sol…

- Pois, boa vidinha, é o que é! – espicacei num timbre aveludado, que assegurava tratar-se apenas de uma pequena picardia que entre nós era bastante frequente

- Também mereço, então! Pensa que é só a menina que tem direito a férias e a descanso? Essa é boa!

- Férias e descanso ponto e vírgula, que aqui a menina hoje teve que…

- Ah, é verdade! Como é que correu lá aquilo da revista? Sempre foi esta tarde, não foi? – atropelando-me nas palavras, Pedro não conseguiu esperar que eu acabasse de falar para reclamar pela sua vez, que chegou mais cedo do que o esperado

- Sim… Correu tudo bem, eles foram super simpáticos comigo! – afirmei, relembrando sucintamente o trabalho que se prolongou durante toda a tarde, mas que marcara um resultado positivo e satisfatório a todos

- Ainda bem… E tu, pequenina, como é que estás?

- Bem… acho. – respondi movida pela indeterminação em que o meu coração se encontrava a todos os minutos, aprendendo a viver com as saudades que jamais poderiam voltar a ser extintas pela pessoa que ainda o guardava junto do seu… ou assim eu pensava – E… Já soubeste das novidades?

- Das novidades? Quais? – ele sabia, não sei explicar como mas simplesmente eu sentia que ele sabia do que eu falava, e então um silêncio apaziguador refastelou-se entre a nossa conversa

- Por favor, Pedro… De certeza que já sabes! O casamento do Ruben… - só eu sei o quanto me custou conjugar aquelas palavras na mesma frase, especialmente quando esse frase não me incluía a mim

- Ah! O casamento do Ruben… - notei que ele não queria falar sobre o assunto, talvez para evitar que eu saísse magoada, e por isso não o forçou, mas mais magoada do que eu já estava… era um pouco impossível – Ah… Sim, já sei! Aliás, estive com ele na praia, encontrei-o com a Inês e fizeram-nos logo o convite!

- Vais? – foi unicamente a pergunta que procurei nele ser esclarecida

- Vou. Sou amigo dele, conhecemo-nos há anos e a Ana conhece bem a Inês… Não havia razões nem motivos para não aceitarmos ir.

- Estou a ver… - acordei, e agradeci mentalmente a Deus por ele não me poder ver, porque a pouco e pouco as lágrimas já começavam a formar-se nos meus olhos… cansados de carregar tamanha dor

- Também soube que aceitaste ser a madrinha dele…

- Sim, aceitei. – disse somente, mas receando ouvir uma advertência da parte dele, que afinal, acabou por se confirmar às minhas expectativas

- Porquê, Joana? – era aquela a pergunta mais óbvia e para a qual eu tinha mais dificuldades em responder, preferia guardar as justificações só para mim, justificações que ninguém entenderia e dificilmente seriam aceites, mesmo por Pedro – Não vês que só vai servir para sofreres ainda mais? Porque é que fizeste isso?!

- Porquê não fazê-lo? Afinal já não somos nada um ao outro… Eu tenho que enfrentar isto, tenho que conseguir ultrapassar, e curar, virar as costas não vai resolver nada…

- Curar? Oh Joana, falas do amor como se fosse uma doença!

- Eu sei que não é, mas magoa, dói e faz-me sofrer como se fosse!

- E tu só estás a contribuir para isso indo a esse casamento, não percebes? – ele só queria o meu melhor, não podia censurá-lo, mas o melhor para mim naquela situação era esquecer o Ruben e provar isso quando o visse no altar ao lado de outra mulher, a trocar alianças e proferir um compromisso eternizado por um “sim, aceito”… e não sentir mais aquela vontade de chorar por tê-lo perdido

- Não vou pedir que me entendas, Pedro, mas gostava que aceitasses a minha decisão, tal como eu a aceitei ao tomá-la! – pedi-lhe, tentando reunir para a mim toda a calma e força do mundo, que precisava para seguir com a minha vida em diante, momento após momento

- Desculpa, mas eu não consigo… É demais para mim ver-te nesse estado, de rastos… Tu não mereces estar a passar por nada disto, muito menos sozinha.

- Vai passar, Pedro… Eu vai passar, mais tarde ou mais cedo… - não poderia haver melhor remédio que o tempo, só ele me ajudaria a sarar as feridas do coração, as que não custava quase nada fazer mas que tardavam tanto a remediar



***



Cheguei a casa ao final da tarde, já o sol se punha no horizonte e as horas convalesciam para a noite morosa, que já não tardava em cair.
A primeira coisa que fiz foi mudar de roupa e colocar-me à vontade para andar pela casa, visto que já não iria sair mais naquele dia, e o cansaço permanente e a pouca vontade de voltar a ver pessoas, contribuir em muito para passar o meu serão sozinha… Provavelmente só na companhia da televisão que veria até adormecer e nada mais.
Fui ao meu quarto e na permuta da indumentária que trazia, viste uns boxers largos na perna e uma camisola de alças, os pés optei por deixá-los despidos – sempre tivera o hábito de andar descalça pela casa – e atei o cabelo num coque bem preso ao cocuruto da cabeça. Resolvi ir à cozinha adoçar a boca com um suminho de laranja, retirei um copo do armário e antes de abrir o frigorífico para retirar a jarra, deparei-me com um bilhete fixado a íman na porta.


“Menina Joana,

não resisti em passar por cá para lhe trazer um empadão de carne como eu sei que a menina gosta, deixei no forno é só aquecer. Trouxe-lhe também umas pecinhas de roupa que se deve ter esquecido, umas revistas e o jornal do dia, caso não tenha comprado.
Coma tudo, não quero que agora longe da minha cozinha se desleixe na sua alimentação, e não se esqueça de ir a casa dos seus avós fazer-nos uma visitinha.

Um beijinho, Rosa”


Senti-me mimada e acarinhada por todos aqueles que gostavam de mim e faziam os possíveis para que eu me sentisse bem, e era esse apoio que ainda me permitia rasgar os lábios e sorrir, mesmo quando a vontade não era muita.
Como a fome ainda não me tinha ressaltado o estômago, fiquei-me somente pelo sumo que levei comigo para beber lá fora, no jardim das traseiras. Quando passei pela sala para alcançar o exterior pelas portas corridas de vidraça, reparei no pequeno molho de três ou quatro revistas trazidas pela querida Rosa e deixadas na mesinha de apoio ao lado do portátil. Peguei nelas e levei-as para o alpendre, onde me sentei à mesa redonda em ferro, apanhando a brisa fresca de Verão nas faces e predisposta a começar a minha noite com a leitura trivial e desconstraída da marketing português, esperando encontrar entretenimento que me ajudasse a passar o tempo.  

- Ora vamos lá ver o que há aqui… - debitei  brandamente para o ar, dando o primeiro gole no meu sumo para me agarrar depois à revista que surgia no topo de todas, e fiz dela a primeira a enxergar 

As primeiras duas revistas que comecei por folhear falavam primordialmente sobre moda e saúde, mas foi ao dar uma passagem de olhos pela terceira que se fazia corresponder à imprensa cor-de-rosa, que fui quase que obrigada a reter toda a minha atenção ali, recordando o meu ponto de quebra pela notícia que o meu coração me guiou a ler.

“Ruben Amorim volta a realizar sonhos” – li em letras maiúsculas o fulcral do artigo, seguido de uma citação que veio dar nome ao subtítulo – “É uma alegria enorme saber que os consegui fazer felizes…”

“Cumprindo a missão de realizar sonhos, Ruben Amorim, que deu nome e vida ao projecto ‘Sorrisos Perfeitos’ (em parceria com a Nova Gente), voltou a fazer sorrir os mais novos num passeio a cavalo muito especial.
Três crianças do Centro de Acolhimento ‘Casa das Cores’, uma instituição que alberga crianças vítimas de negligência e maus-tratos, tiveram o melhor presente que poderiam receber quando souberam que iriam ver o seu sonho concretizado através da ajuda e apoio do jogador do Benfica.
A pequena Mafalda de 5 anos, juntamente com Henrique e Tomás de 7, foram com o futebolista conhecer o Centro Hípico da Quinta da Marinha, em Sintra, onde no picadeiro puderam dar os seus primeiros trotes e galopes a cavalo.
“Nós gostamos muito do Ruben, ele fez acontecer uma coisa que queríamos muito e ficámos logo amigos!” – garantiu Mafalda, que não largou o colo do jogador durante a maior parte do passeio. Fora das quatro linhas o médio continua a surpreender em missões de solidariedade, e a Nova Gente que os acompanhou neste dia, garante que foi uma experiência enriquecedora e certamente inesquecível tanto para os pequenos como para Ruben Amorim, que partilhou connosco a felicidade que o preencheu: “É incrível como estamos sempre a aprender com as crianças, e eu hoje aprendi muito com eles… É evidente o carinho e amor de que carecem e foi uma satisfação e privilégio muito grande para mim, poder dar mais cor à vida deles. São uns miúdos adoráveis e merecem tudo de bom.” O final da tarde completou-se com uma ida aos gelados que encheu a barriga e satisfez os prazeres do coração de todos, levando o jogador a acrescentar: “É uma alegria enorme saber que os consegui fazer felizes Ver o sorriso deles fez o meu dia valer a pena.”

Mesmo que não pudesse demonstrá-lo, não pude deixar de sentir um enorme orgulho por ele, por continuar a ser um exemplo que muitos deveriam seguir, a brindar com simplicidade os desejos dos meninos que não têm possibilidades de ver os seus sonhos prescritos na realidade, por infelicidades da vida.
Sabia que aquele era o Ruben, o meu Ruben, genuíno, tal como também sabia que a partir dali, seria apenas através daquelas circunstâncias e à distância de revistas e jornais, que iria continuar a manter contacto com ele… o contacto mais impessoal de todos.
    




Olá, queridas leitoras! :)
Venho trazer-vos um novo capítulo da história, espero que gostem e deixem
os vossos comentários, muitas e novas emoções estão ainda para vir! 

Beijinhos a todas,
Joana :)


6 comentários:

  1. Adorei quero o proximo.bjs

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  2. Opa... nem sei o que te dizer mais... já sabes bem o que fazia ao Ruben se me deixasses ahahah

    Quanto ao capítulo gostei... principalmente de saber que a Joana está a tentar dar a volta por cima se bem que... (tu sabes :P o que os "..." querem dizer ahahah)

    Quanto às emoções FORTES ques estão para chegar... bem quanto a essas só tenho a dizer que o FORTES é um adjetivo pequenino para descrever os momentos que estás a preparar para nós leitoras... por isso só te peço encarecidamente que escrevas MAIS E MAIS!!!

    Beijocas :)

    Ah e estou á espera de um determinado mail ahahah

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  3. Definitivamente sou fã desta Joana, a vida continua e há que virar a página, ela nisso tem toda a razão. Mais uma vez um capitulo maravilhoso, adorei, e a Joana tem razão quando compara o Amor a uma doença, porque ás vezes é isso mesmo uma doença, que magoa e dói, e ela vive isso na pele.
    O amor que ela tem pelo Ruben não passa de um dia para o outro, mas ela tem fé que vai passar, eu já tenho as minhas dúvidas, mas vou esperar para ver o que está reservado para estes dois.
    O Pedro como amigo que é acha que ela fez mal em aceitar ser madrinha de casamento, mas eu concordo com a Joana, não é a fugir que ela resolve as coisas, é assim mesmo, tem que enfrentar o problema de frente. Adorei, só que agora quero muito ler o próximo, continua

    Beijocas

    Fernanda

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  4. gosto :) adoro :D

    mas quero mais e quero muito essas emoçoes que estao para vir!

    também quero saber o que vai na cabeça do Ruben... mas n deve mesmo é ir nada, deve estar oca como nao sei o que, pois se tivesse alguma coisa de jeito nao fazia tanta asneira junta :/

    beijinhos*

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  5. bem, adoro como sempre :)
    Não compreendo o que se passa com o Ruben... Enquanto considero que a Joana está a ser uma grande mulher! Está a ultrapassar está fase de cabeça erguida, aceitou ser madrinha de casamento do Ruben e isso não é para qualquer uma!
    Sem duvida que agora ainda estou mais curiosa para saber o que ai bem, afinal a vida pode dar tantas voltas :b
    Quero o próximo rapidamente por favooooooooor *o*

    besos, Débora *

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