Acordei cedo
pela manhã do dia de regresso a Portugal, quando no exterior comecei a ouvir o
barulho do tráfego convulsivo pelas ruas do centro de Londres, indicando-me a
agitação das primeiras horas da jornada rumo ao trabalho. Felizmente o meu,
naquela cidade, tinha conhecido o seu fim na noite anterior com o encerramento
de um dos mais badalados eventos daquele Verão, a London Fashion Week, na qual eu
juntamente com outras centenas de manequins vindos dos quatro cantos do mundo,
déramos a cara.
Fora sem
sombra de dúvida uma semana arduamente cansativa, puxada e levada ao extremo do
meu temperamento físico e mental, e como não sou de ferro nem consigo bloquear
sentimentos, deixei-me ir abaixo vezes sem conta, quando a solidão remontava ao
meu peito e eu caía na desilusão de ter de continuar a viver sem ele.
- Joana,
acorda! – a voz de Pedro, que entrara no meu quarto sem qualquer consentimento,
perfurara-me os pensamentos matutinos que clandestinamente começavam a
avivar-me memórias passadas
- Eu estou
acordada… - ciciei superficialmente sem olhá-lo, com o corpo dormente envolto
nos lençóis e permitindo que
os meus cabelos revoltos pela noite agitada, se mantivessem desalinhados sob a
almofada
- Então
levanta-te, come qualquer coisa e arranja-te, porque temos um longo dia pela
frente!
- Do que é
que estás a falar? – destapei a cara, que até então se mantivera coberta pelo
rebordo do lençol impedindo que a claridade do quarto me ferisse os olhos, e
com uma simples pergunta procurei-lhe por uma explicação minimamente
esclarecedora
- O que é que
falámos ontem sobre o que iríamos fazer hoje? – uma lividez denotável de
expectativa e entusiasmo foi claramente trasmitida pela sua voz, que me pareceu
desfazer-se da formalidade e compromisso que travara comigo nos últimos dias,
ainda assim não entendi em primeira mão ao que ele se referia
- São sete
horas da manhã, Pedro, eu mal dormi e tenho a cabeça a explodir… Achas que é
uma boa altura para começares a fazer perguntas dessas? – não pretendia ser
rude, de todo, mas em consequência das noites mal dormidas que acumulara, o meu
humor matinal saíra a perder
- Mal
dormiste e parece que acordaste com os pés de fora! – eu não estava
propriamente com disposição para responder a ironias de segundo grau, e ao
aperceber-se disso através do meu silêncio, Pedro continuou – Bem, hoje é o
nosso último dia cá e como ainda não tivemos tempo de conhecer a cidade, nada
que um bom passeio não resolva para descobrirmos os encantos de Londres!
- Hum… -
murmurejei de um jeito totalmente desprendido ao que ele dissera e voltei cobrir o rosto com o lençol,
preparando-me para compensar o meu horário de sono
- Então, vais
ficar aí? – vendo-me tomar reacção nenhuma que denunciasse o meu confronto para
com um novo dia, senti os seus passos marcarem caminho até flanco da cama,
afastando a roupa de maneira a fazer-me desprender da preguiça – Levanta-te,
temos muita coisa para ver e muito sítios onde ir!
- Pedro, não
sejas chato… Deixa-me estar! – pedi rapidamente, esperando ser sinceramente
compreendida por ele
- Mas então…
Eu pensei…
- Não me
apetece ir a lado nenhum, está bem? Quando sair deste quarto vai ser unicamente
com a intenção de ir para o aeroporto, até lá não vou a lado nenhum.
- Mas tu
disseste que querias…! – ele tentou convencer-me com evidências que eu mesma
tinha suscitado no dia anterior, e vi-o tomar lugar ao beiral da cama onde ao
meu lado se sentou
- Pois, eu
sei que disse, mas acordei sem disposição… Desculpa. – tentei justificar-me o
melhor que sabia, mas para ele uma desculpa esfarrapada não foi o suficiente
-
Acordaste(!)… Isso se conseguiste dormir duas horas seguidas!
- O que
queres dizer com isso? – inquiri, ainda assim com alguma hesitação, pois se o
meu palpite estivesse certo, aquele era o começo de mais uma longa conversa que
eu não queria voltar a ter
- Basta olhar
para ti, Joana… Com os olhos nessa lástima vais dizer-me que não passaste a
maior parte da noite a chorar?!
- Não vais
começar, pois não? – avisei, antes que começasse a rogar um discurso que ele
fazia intenção de me repetir aos ouvidos sempre que me encontrava daquele jeito
desde que saíramos de Portugal
- Se já sabes
o que eu vou dizer…
- Já, já sei
o que vais dizer e sinceramente começo a ficar cansada dessa conversa!
- E eu começo
a ficar cansado de te ver assim! Caramba, já chega de fazeres isso a ti
própria, não?! – ele olhou para mim com uma misericórdia fatal, como se diante
dos seus olhos, em vez de mim, estivesse prostrada uma menina pequena que não
sabia defender-se das traições da vida
- Já te disse
que não quero que tenhas pena de mim, não quero nem preciso! – relembrei sem
uma única falha na voz, e num pulo rápido levantei-me da cama, escapando-lhe ao
alcance
- Eu não
tenho pena de ti, só acho que estás a fazer mal a ti própria ao conservares
essas saudades, as recordações, as interrogações que fazes constantemente “e
se? e se…?”. – eu sabia, eu sabia que ele só estava preocupado comigo, que
queria ver-me bem, mas fazer-me tocar na feria doía mais do que tentar
esquecê-la – Joana, já passou, e por muito custe tens de aprender a lidar com
isso de uma vez por todas… Se as coisas não resultaram entre vocês, só tens de
aceitar o fim e pronto! À que seguir enfrente e tu tens uma vida inteira pela
frente, não a desperdices!
Foi a coisa
que mais me custou ouvir desde que terminara o meu relacionamento com o Ruben.
Tinha plena noção de que Pedro estava certo em cada palavra, em cada vírgula, mas
aquela era uma verdade dilacerante da qual eu andara a esconder o meu rosto nos
últimos tempos, com medo de enfrentá-la.
Toda eu tremi
ao colocar em evidência de que nada me restava fazer senão erguer a cabeça e
enfrentar novos ventos, longe daqueles que sopravam na direcção de um amor
despedaçado, e tentar, pelo menos tentar ser feliz por minha conta… só por
minha conta.
- É muito
fácil para ti falar, não é? É muito fácil para quem está do lado de fora! –
argumentei ligeiramente revoltosa, e sentindo-me descambar do controlo quando
as lágrimas em meus olhos começaram a assumir o comando da minha fragilidade,
que viera então ao de cima
- Não, eu
imagino que seja difícil, muito difícil para ti esqueceres a tua história com o
Ruben, colocares uma pedra sobre esse amor…
- Então
porque é que me pedes constantemente para que o faça? – interrompi-o mesmo
antes de supor ele acrescentar mais alguma coisa ou não ao seu discurso, e as
primeiras gotas de água precipitaram-se exasperadamente dos meus olhos quando
não precavi o tom mais elevado da minha voz que usei
- Porque
sinceramente eu já não aguento ver-te assim! Já não és a Joana que eu conheço
desde sempre… Uma Joana triste, sem aquela vontade de viver tudo ao máximo, a
sofrer, e eu sem puder fazer nada para a ajudar…
- Talvez
porque não haja ajuda possível! Ouve, Pedro, eu entendo que estejas preocupado
comigo mas eu já não consigo ouvir-te dizer que tenho de seguir com a minha
vida, que não posso continuar a lamentar-me pelo que aconteceu, sabes porquê?
Porque eu lamento, eu lamento todos os dias!
- Não fiques
assim, desculpa… - ele precipitou-se na minha direcção, perspectivando as
forças, ou a falta delas, que me sucumbiam a alma a cada desabafo que o meu
coração libertava – Vem cá…
- Eu lamento
todos os dias o que aconteceu, e todos os dias eu desejo que as coisas tivessem
sido diferentes, mas depois acordo e vejo que nada mudou, continua tudo triste…
Tudo… - não aguentei muito mais, e agora com mais intensidade as lágrimas
recolhidas pelo mesmo motivo que me levava o chorar, romperam estrondosamente
no declinar do meu rosto que sem alternativa as acolheu
- Ei, anda
cá… - vendo que eu não tomava iniciativa, Pedro puxou-me para o seu abraço, um
abraço quente e reconfortante de irmão mais velho, que me recebeu com o cuidado
de não atear em mim novas retaliações que me voltassem a magoar – Eu estou
aqui, pequenina…
- Nunca
pensei que pudesse doer desta maneira! Dói tanto, Pedro, tanto…
- Tens o
coração destroçado, é natural, mas eu estou aqui contigo e não vou a lado
nenhum!
- Obrigada…
Obrigada por teres tido tanta paciência comigo e não desistires de mim…
- Nunca me
passou isso pela cabeça, nunca! – as suas mãos em contorno do meu rosto
forçaram-me a olhar para cima e encará-lo – Vá, agora vai deitar-te e descansa
um pouco.
- Não, eu
vou-me arranjar e vamos sair para o nosso passeio!
- Tens a
certeza? Se não tiveres vontade não tens de ir, por mim tudo bem, a sério…
- Não, eu
quero ir! Preciso de ver coisas novas e espairecer, este passeio vai fazer-me
bem! – proferi numa lividez mínima de esperança que um sorriso recado acolheu,
no rasgo dos meus lábios
- Pronto,
então vai lá, eu vou mandar vir o pequeno-almoço entretanto! – ele beijou-me
cuidadosamente a testa antes de eu direccionar o meu corpo à porta da casa de
banho
Enxuguei as
lágrimas calmamente e caminhei de encontro a um duche de dez minutos, onde
depois vesti uma roupinha cómoda e fresca para aquele dia de Verão tipicamente
londrino, que fazia o sol madrugador abrasar energeticamente toda a cidade.
Rematei o meu
preparo ao perfumar por fim o pescoço com duas borrifadelas de bálsamo, ficando
pronta num instante. Ainda assim sem me apressar demasiado, pois felizmente a
responsabilidade e compromisso que tivera na rotina que me fora incumbida ao
longo da semana, acabara, e agora a minha agenda deliberava-se livre de
contratos para poder dedicar o meu tempo a outros prazeres pessoais.
Voltei ao
quarto logo que pronta para abandoná-lo, mas não sem antes passar pela mesinha
do pequeno-almoço que Pedro mandara servir especialmente para mim. Enchi uma
chávena de café que se denunciou forte pelo odor que transbordava e peguei um
crossaint que fiz questão de comer sem qualquer condimento e depois, com a
chávena entre as mãos, fui terminar o meu café para a varanda que me atraía
pela belíssima vista desde o primeiro instante em que entrara naquele quarto.
Dei um trago
da bebida e libertei um suspiro forte e solitário ao divagar os olhos sobre a
paisagem, fazendo-me sentir estranhamente deslocada no tempo e no espaço. Não
podia continuar a fazer-me prisioneira daquele sentimento por causa de um
romance que não tinha sido brindado por um final feliz, sabia que não podia
ficar daquele jeito para sempre porque tal como Pedro me dissera, eu tinha uma
vida pela frente e tinha que agarrá-la, não importa os desafios e dificuldades
que pudesse encarar, tinha de arranjar forças e mostrar a todos que estava bem,
que tinha conseguido ultrapassar aquele mau bocado e que tinha dado a volta
sozinha… Ainda para mais agora que estava somente a umas horas de voltar a
casa, e alentada a começar de novo.
- Vamos? – a
figura querida de Pedro que se aproximou inesperadamente à minha, pôs fim ao
monólogo que eu debatia interiormente, colocando em questão uma proposta que eu
já tinha aceite
Perdurámos
numa manhã que se revelou bastante agradável e descontraída pelos recantos mais
emblemáticos de Londres. Como não iríamos ter tempo de ir a todos os sítios que
queríamos, procurámos por sugestões que nos foram dadas na recepção do hotel
quanto aos sítios que não poderíamos deixar de visitar e seguimo-las à risca,
como um itinerário que traçámos sem falhas.
Passámos por Convent Garden, um local
bastante agitado e povoado por imensos turistas, que tal como nós passavam para
assistir a performances de artistas de rua e curiosamente de cantores de Ópera,
que actuavam em espectáculos que a mim me deslumbraram. Como não podia deixar
de ser, e foi algo que eu sempre quis, arrastei Pedro comigo a andar na London Eye, onde radiantes pela
imagem privilegiada, pudemos olhar a cidade numa outra perspectiva –
divinal – diria mesmo. Progredimos com o passeio e estendemo-lo pelos jardins
do parque Hampstead Heat,
lugar onde demarcámos o final daquela manhã.
- Estás mais
calminha? – enquanto atravessávamos a ponte que fazia a ligação entre duas
margens do enorme lago que enaltecia o parque, Pedro decidiu-se por inquirir-me
quanto ao meu estado de espírito, visto que desde que saíramos do hotel que ele
não se atrevera a tocar no episódio do início desta manhã
- Sim, estou…
Isto está a fazer-me bem, mantém-me a cabeça ocupada e dá para descontrair um
pouco. – proferi com um sorriso entre as palavras, como sinal de garantia de
estar a dizer-lhe não mais que a verdade
- Ainda bem,
é bom ver-te mais animadita!
“E por quanto
tempo mais?” – foi esta a
pergunta que eu fiz a mim mesma depois de ouvi-lo, mas continuei a manter o
mesmo sorriso de há pouco, de maneira a não levantar suspeitas que viessem a
desfazer aquele minha nova maneira de parecer e estar.
- E que tal
se fossemos petiscar alguma coisa? Já é hora de almoço…
- Acho uma
óptima ideia!
- É?
- Hum, hum! –
a minha cabeça vergou-se delicadamente duas vezes, e rapidamente senti-o
contente por me ver alinhar nos seus desafios com satisfação
- Então
‘bora… Vamos ver se encontramos algum restaurante nas redondezas! – sempre com
um extremo cuidado e carinho que desde sempre nos habituámos a ter um para com
o outro na nossa amizade de longa data, Pedro contornou os meus ombros com o
seu braço direito mantendo-me junto a si, e foi desta maneira que nos
deslocámos aos subúrbios
***
- Isto é
lindo, não me importava nada de viver aqui!
Perto da
Oxford Street encontrámos um pub com uma explanada extremamente convidativa
e acolhedora para um almoço, e o ambiente em nosso redor não poderia ser
melhor.
- Concordo
contigo, ainda assim eu não era capaz de voltar a trocar Lisboa nem por esta
nem por qualquer outra cidade do mundo! – argumentei, muito certa de que a
minha casa era e continuaria a ser só uma e essa estaria sempre em Portugal
- Ena,
senhoras e senhores, parece que temos aqui uma patriota! – ele não se evitou em
fazer piada do meu desabafo e eu não resisti em fazer-lhe uma careta que acabou
por despoletar aos dois uma corrente saudável de gargalhadas, aquando debaixo
de um enorme guarda-sol nos deliciávamos com um prato típico londrês
Minutos
depois ouvi o som despertar o meu telemóvel que mantinha guardado na mala, mas
não o tirei para atender, não tinha por hábito atender telefonemas nas
refeições e para além disso não iria interromper a conversa que eu e Pedro
debatíamos, mas tornou-se impossível continuar a mantê-la naquelas condições.
- Não vais
atender? – estranhando o meu sentido absorto ao telefonema, Pedro optou pela
pergunta mais razoável e óbvia que me poderia fazer
- Não costumo
atender chamadas quando estou à mesa, tu sabes…
- Podias ao
menos ver quem é, pode ser importante… - convencida pelo seu raciocínio, pousei
os talheres sob o prato, alcancei a minha mala e do bolsinho interior retirei o
telemóvel, vendo estampado no visor o emissor da chamada
- É o meu
irmão… - proferi com um sorriso espontâneo ao enxergar o seu nome e fotografia
no ecrã táctil
- Então?
Atende!
- Não te importas?
- Que
disparate, Joana… É claro que não! – ainda ponderei levantar-me da mesa e
afastar-me um pouco, mas recorrendo ao facto de não ter necessidade, pois ao
contrário de outras esplanadas da zona, naquela não havia grande confusão e por
isso atendi ali mesmo
- Olá, meu
pestinha! – saudei com um imenso sorriso rasgado
- Olá mana!!
– o seu entusiasmo ao ouvir a minha voz manifestou-se num tom elevado da sua,
que se detalhou perfeitamente ao meu ouvido onde mantinha preso o telefone
- Então, como
é a nova vidinha? Como estás? – entrancei as pernas debaixo da mesma e
coloquei-me à vontade para os minutos seguintes que já adivinhava deleitantes
pelo simples facto de poder matar saudades de uma das pessoas que mais amava e
que não tinha perto de mim, pelo menos não fisicamente
- Bem… Estava
a pensar em ti e fiquei com saudades… E tu, mana, como estás?
- Bem… Estou
bem também!
- Hum… Já há
uns dias que não dizes nada, costumávamos falar todos os dias e deixaste de
ligar de repente, fiquei preocupado… - o seu arrastar de voz na última parte do
discurso deu-me a indicação exacta que ele procurava algum tipo de explicação,
por muito simples que fosse e que o deixasse somente mais sossegado, pela minha
ausência na retoma aos telefonemas para outro lado do oceano
- Não,
piolho, está tudo bem! – esclareci sem reticências – Tenho andado ocupada com
trabalho, sempre de um lado para o outro que mal tenho tempo seja para o que
for, e como o nosso fuso horário não é compatível tornou-se difícil para mim ligar-te…
- Desde que
não tenha acontecido nada, tudo bem… - por reconhecer-lhe a jovem
personalidade, pude traduzir-lhe num efeito de perspicácia aquele comentário
para uma atitude afectiva de um miúdo meigo e carinhoso que eu sabia ele ser
- E então,
diz-me! Há novidades por esses lados?
- Novidades?
Não, nem por isso, está tudo na mesma! – a sua forma rápida e despachada de
falar, denunciou-o às minhas malhas
- Salvador…?
- Sim…?
- Estás a
esconder-me alguma coisa?
- Eu?! Eu não
estou a esconder-te nada! – mesmo que não estivesse ao lado dele, mesmo que não
lhe visse o rosto, consegui imaginar-lhe cada gesto corporal, cada expressão
facial que o acompanhavam num prenuncio omitido
- Eu conheço
esse tom de voz, Salvador…
- Qual tom de
voz?
- Oh, está
bem! Não queres contar, pois não? Não contes, então! – comecei com ele o jogo do silêncio, que por conhecê-lo
tão bem sabia ir fazê-lo demover, mais tarde ou mais cedo
- Ok,
ganhaste! – por saber, talvez, que não iria conseguir levar a melhor de mim, e
por também não conseguir esconder-me um segredo por muito tempo, achou por bem
desistir e acabar o assunto que mesmo sem querer tinha começado – Então é o
seguinte… Eu acho, eu acho que o pai tem uma namorada…
- O pai o
quê? – senti a necessidade de colocar a questão, pois julguei não ter ouvido
bem o que ele me havia dito
- É o que
ouviste, ele tem andado a sair com uma mulher…
- Tens a
certeza do que estás a dizer?
- Tenho. Ela
trabalha com ele no hotel, já os vi imensas vezes juntos e ele já a trouxe cá a
casa!
- Hum… -
tentei manter-me à margem do assunto, não me quis envolver, não quis sentir
nada em relação àquilo… o que o meu pai fazia ou não com a sua vida pouco ou
nada me interessava, menos quando a sua engendra me envolvia a mim ou o meu
irmão, claro, e as suas aventuras amorosas era algo que eu fazia por me
passarem ao lado
- Ficaste
triste com o que eu disse? – pelo silêncio demasiadamente prolongado que eu
mesma impus, Salvador receou a minha resistência àquele assunto, mas não havia
nada a recear, eu estava perfeitamente calma e nada daquilo me afectava
directamente
- Não, claro
que não… - assegurei com total honestidade – O pai tem todo o direito de seguir
com a vida dele para a frente, e se quer fazê-lo ao lado de outra mulher…
- Acho que é
a primeira mulher que ele tem depois da mãe…
A mãe… A
minha mãe. Que saudades, que falta ela me fazia, um vazio incapaz de ser
preenchido com o amor ou o afecto de qualquer outra pessoa. Um lugar
insubstituível que ela deixara e que não podia ser ocupado por ninguém. Queria
muito tê-la ali, meu Deus, o que eu mais queria era tê-la ali comigo, pois só
ela poderia dar-me o que eu precisa sem sequer ter que lhe pedir… Só a minha
mãe sabia o melhor para mim, que conselhos sábios e minuciosos me dar, o
carinho e apoio que mais prescindiria dela, a força e coragem que ela com
certeza me transmitiria para ultrapassar de uma melhor maneira aquele momento
menos feliz da minha vida, fazer-me-ia sentir menos sozinha e desamparada, o
ombro que me acolhia para chorar, os abraços, os beijos, tudo o que só uma mãe
pode dar e fazer por um filho, e eu deixara de ter isso tudo.
- Escuta,
Salvador, se realmente o pai tem uma namorada, só temos que respeitar, é uma
decisão dele, um assunto dele…
- Eu sei, mas
ela que não pense que vai substituir a mãe porque não vai e eu não vou deixar!
– era naturalmente mais difícil para uma criança aceitar o recomeço de uma vida
a dois de um pai, e com Salvador não era diferente, mas sabia que ele
compreenderia e não iria causar dificuldades na suposta relação
- De certeza
que a intenção dela também não é essa… Dá-lhe o benefício da dúvida, deixa que
ela se aproxime, quem sabe até podem ficar amigos…
- Pois, não
sei, talvez…
- Salvador,
quanto a isto vais-me prometer que te vais portar bem, como um menino crescido
e vais respeitá-los sem criar confusões, está bem? – da melhor forma que pude
tentei com que ele se predispusesse confortavelmente perante aquela nova
situação
- Sim, não te
preocupes… Eu sei comportar-me.
- Eu sei que
sim, piolho. – sorri bastante orgulhosa, pela uma pessoa respeitadora e educada
que ele sabia ser
- E então e
tu? Como vão as coisas entre ti e o Ruben? – quando eu pensava que o cenário
não poderia ficar mais negro, eis que Salvador trás à baila um novo tema de
conversa, um tema o qual nunca mais tocáramos e que eu fizera intenção de tal,
fazendo-me sentir afrontada pela rápida e furiosa entrada num terreno palpável
e perigoso… para mim
- As coisas
entre mim e o… E o Ruben…? – gaguejei em sonância da minha evidente falta de
palavras, olhando seguidamente Pedro à procura de algum apoio
- Sim… Ele
está aí contigo?
- Salvador,
eu e o Ruben… - preparava-me – ainda não sabia bem como – para lhe dizer que
não, o Ruben não estava comigo, de nenhuma maneira possível e imaginável
- Quero falar
com ele… Deixas-me falar com ele?
- Não,
ouve-me, o Ruben… - fechei os olhos e apertei a cana do nariz com o indicador e
o polegar mas isso não iria com certeza evitar o declive das lágrimas que já
prosperava, e para dificultar ainda mais o meu discurso, ele voltou a
interromper-me, como se não me estivesse a ouvir realmente
- Não me vais
deixar falar com ele? Porquê?
- Não,
Salvador, espera… Ouve-me! És capaz de fazer isso? Podes-me ouvir? – tentei
manter a calma ao máximo, quando na verdade só queria extravasar o sentimento
interior que me consumia mais a cada dia
- Desculpa…
Fala… - finalmente o ficha onde ele deveria estar ligado foi cortada e uma
neblina profunda de silêncio foi dispersa entre nós, onde a próxima palavra
apenas me cabia a mim proferi-la
- Eu e o
Ruben não estamos mais juntos, o nosso namoro acabou…
- O quê?
Porquê? – mais surpreso do que mostrou ficar, era impossível, e lá estava o que
eu queria evitar… as perguntas
- Aconteceram
muitas coisas entre nós, tivemos que nos separar. – só Deus sabia o quanto me
custava tocar naquela assunto, ainda para mais ter que fazê-lo com uma tremenda
passividade como se já nada me afectasse, quando na verdade só me apetecia chorar
e chorar até não ter mais lágrimas para derramar
- Mas vocês…
Tu gostavas tanto dele, mana! Vocês gostavam um do outro, eu vi quando
estiveram cá… Não pode ter acabado assim!
- Mas acabou,
e quanto mais cedo nos ambientarmos a isso, melhor.
- Mas eu
gosto do Ruben, mana… - senti-o esmorecer com alguma brutalidade, pois tal como
eu, ele não previra um desfecho tão sem gosto àquela história que tinha tido
para ser continuada
- E eu também
gosto dele, Salvador… Gosto muito, mas agora vou ter que gostar dele à
distância, a vida é assim… Umas vezes ganha-se e outras vezes perde-se!
- E tu
perdeste a pessoa de quem gostas, e isso é triste…
- É, é muito
triste, mas vou ter de aprender a viver com isso e fazer com que cada dia doa
menos…
- Vai sempre
doer, mana…
- Não,
Salvador, não vai… Vai chegar um dia em que eu vou acordar e não vou sentir
mais nada, não vai doer mais… O tempo vai ajudar. – era esse o meu maior desejo
e a esperança na qual eu depositava toda a minha fé, aguardando que o próximo
dia fosse um melhor dia… sem o grande amor da minha vida – Piolho, eu vou ter
de desligar, depois falamos, sim? – o sinal de Pedro a apontar para o relógio
fez-me tomar noção das horas, que se encontravam a caminho do aperto para o voo
de regresso
- Eu ligo-te!
Espero que fiques bem… Não te quero triste!
- E eu não
quero que te preocupes comigo. – contrapus, fazendo um esforço acrescido para
libertar a linha que me cosia os lábios e fazê-los sorrir – Fica bem, piolhito…
Adoro-te!
- Eu também
te adoro, mana… Beijinhos. – ele apoiou-me na despedida, que embora breve e
solene, antecipava já ao vazio que iria retomar em mim e que ele preenchera nos
minutos anteriores, no instante em que a chamada fosse findada
- Um beijinho
grande, e porta-te bem! – num suspiro deturpado pela saudade que iria regressar
entre nós, coloquei fim à ligação num só toque de polegar no ecrã e olhei
Pedro, que de conta do almoço paga já me esperava para cursarmos pelos mesmos
trilhos que nos trouxeram ali
- Estás
pronta? Ainda temos que passar pelo hotel antes de irmos para o aeroporto…
- Sim, vamos. – concluí, e acompanhei-o para o
regresso
***
Lembro-me de
gostar de aeroportos desde sempre… Do ambiente inusual vivido em cada recanto,
os sentimentos as emoções que guardam, de tudo o que eles representam para quem
chegava e para quem parte.
Enalteciam-me
as despedidas, a vinda da hora do adeus sem severidade do regresso, as lágrimas
de despedida, a ansiedade na barriga pelo embarque próspero num novo destino, em
novas oportunidades, e emocionavam-me as chegadas… A agitação do reencontro, os
sorrisos, os abraços apertados, os beijos ansiados. Toda a atmosfera embriagada
por uma quantidade exorbitante de pessoas num só único lugar, a parafernália de
línguas, de culturas, mistérios empacotados nas bagageiras… E nos arrombos
do aeroporto de Londres o cenário não fugia em nada à realidade.
- Joana,
vamos… Já abriram as portas de embarque! – Pedro deu-me a mão para que eu não
ficasse para trás nem me perdesse no meio da confusão, e em passadas rápidas,
quase de corrida, fomos fustigando-nos o melhor que nos foi possível por entre
a multidão
Tínhamos
ficado retidos mais de uma hora à espera de luz verde para entrarmos no avião,
que “por imprevistos de última hora”, tal como a companhia se havia
justificado, fora impedido de voar até Lisboa no horário antevisto.
- Vamos
perder o avião, Pedro… - proferi alarmada no instante em que dei uma rápida e
sucinta vista de olhos pelas enormes filas que se alistavam à nossa frente, bem
como as dificuldades que tínhamos em alcançar a zona de embarque
- Não, não o
podemos perder… Anda, vamos! – ele puxou-me com mais força e fez-me correr sem
parar um único segundo, quando o fiz já tínhamos mostrado as nossas passagens e
instalado nos nossos lugares no interior do avião
Saber que
estava somente a um par de horas do regresso a casa, flagelava-me, assustava-me
de uma maneira desconfortavelmente aterradora… Não sei se por voltar à
monotonia e solidão dos meus dias, se por ter de enfrentar um destino só meu,
os fantasmas de um passado ainda muito recente, ou então as duas coisas.
Tinha a clara
noção do que iria fazer quando chegasse… Iria preparar as malas e mudar-me para
a minha antiga casa, aquela onde morara com os meus pais nos tempos em que
ainda éramos uma família… feliz. E quanto àquela dor, àquele sentimento que o
meu coração insistia indubitavelmente em conservar, a verdade é que não podia
continuar presa a lembranças que guardava de Ruben e isso era certo, portanto
iria arrumar definitivamente cada uma delas numa caixinha arrecadada a um canto
do meu peito e trancá-la, esperava eu, para sempre.
A minha vida
começava ali e era tempo de me agarrar a ela.
- Pedro,
Joana… Aqui, aqui! – depois de aterrarmos, e devido à agitação que não era de
perto comparada à de Londres, enquanto percorríamos o aeroporto conseguimos
encontrar sem dificuldades a Ana, a namorada de Pedro, que se comprometeu a ir
buscar-nos e nos acenava freneticamente
- Amor, que
saudades! – logo que chegámos junto dela, Pedro não hesitou em abafar o seu
afastamento de duas semanas com um enorme e forte abraço que a fez descolar os
pés do chão e encheu-a de mimos, demasiadamente ausentes nos últimos dias
- Muitas
saudades, muitas saudades! – permanecia a alguns passos deles e vi-os
partilharem um beijo apaixonado, em conformidade do amor que os unia… estanquei
o meu olhar ao chão e sorri para mim, contente pela felicidade plena deles, se
não fosse eu, pelo menos alguém estava feliz – Joana, que bom ver-te! – depois
de darem um tempinho um ao outro, Ana dirigiu-me a mim com a meiguice e
simpatia que lhe era característica e partilhámos ambas de um abraço curto e
dois beijinhos – Como foi o voo?
- Foi bom…
Calmo, deu para descansar um bocadinho. – respondi com um sorriso leve que foi
acompanhado pelo de Pedro, que pelo seu jeito denunciava o fim satisfeito de
mais uma jornada a meu lado
- Bem, e se
formos embora? Já estou cansado de aeroportos, aviões, viagens… Quero ir para
casa! – nisso estava completamente de acordo com ele… estava esgotada dos
últimos dias e a única coisa que queria era o conforto de uma casa com caras
conhecidas, em vez dos paquetes do serviço de quartos ou das camas vulgares de
hotéis
Segui
ligeiramente atrás deles até ao carro que o meu melhor amigo tomou em sua ordem
conduzir com a Ana do seu lado e comigo praticamente esquecida nos bancos de
trás. Dei-lhes espaço para falarem das suas lidas enquanto casal e a Pedro para
lhe contar os pormenores da nossa viagem, e com isso aproveite-me para me
colocar um pouco à parte das conversas onde não queria nem tinha disposição em
entrar.
Cerca de meia
hora passada e já podia ver a casa dos meus avós, onde eu planeava passar só
mais aquela noite. Pedro parou o carro no largo do colossal chafariz e perto da
escadaria empedrada que se estendia até ao cimo da entrada, e finalmente em bom
porto abandonei o veículo, voltando a pisar o solo das minhas raízes.
- Tens a
certeza que não precisas de ajuda com as malas?
- Tenho,
tenho a certeza, não te preocupes… Eu dou conta do recado. – do lado de fora
olhei Pedro da janela do lugar de pendura que Ana ocupava
- Vem jantar
connosco logo à noite, vou fazer um prato especial… - a namorada do meu melhor
amigo propôs-me um convite tentador, porém que eu tive de recusar… oxalá não o
tivesse feito
- Obrigada
pelo convite, Ana, mas acho que vou aproveitar esta noite para descansar…
Amanhã tenho as mudanças para a minha antiga casa para fazer, e além disso
vocês devem querer estar sozinhos… Têm muito que namorar! – o meu comentário,
embora que espontâneo, originou sonantes gargalhadas entre nós, que nos
preencheram a aura por completo
- Pronto, tu
é que sabes, mas o convite mantém-se em pé. Se entretanto mudares de ideias, aparece
lá!
- Claro, eu
depois aviso, obrigada! – agradeci educadamente, mas sabendo em primeira mão
que esse aviso não iria ser dado, pois apesar de muito agradecida pelo carinho
e amabilidade, eu não pretendia ir a esse jantar
- Então vá,
miúda, fica bem e juízo nessa cabecinha!
- Eu sou uma
rapariga ajuizadíssima, Senhor Pedro, já devia saber isso! – relembrei com o
meu indicador arrebitado no ar, anulando qualquer hipóteses de dúvida de
qualquer parte, e uma despedida breve tomou o seu lugar no nosso diálogo
- Adeus,
Joana, um beijinho! – saudou amistosamente Ana, acompanhada pelo aceno de Pedro
- Adeus,
fiquem bem! – acenei também num curto gesto e vi depois o carro arrancar para
longe dos jardins da vivenda da minha família
Voltei a
pegar nas minhas malas, uma em cada mão, e preparei-me para subir os quatro
lanços intervalados das escadas… Ter-me-ia precipitado a elas se não desse
conta do carro desportivo estacionado apenas a uns miseráveis metros de
distância. Reparara nele logo que chegara, mas agora que tivera oportunidade de
olhá-lo melhor, fiquei intrigada, desmesuradamente intrigada.
Arrastei os
óculos de sol para o topo da cabeça, esbugalhei ainda mais os olhos e percorri
cada linha, cada curva do carro, cada pormenorzinho que me desse qualquer
pista, qualquer indicação de quem seria.
Aquele BMW,
aquela matricula… Não, não podia ser, não podia! O meu coração começou a bater
mais forte e mais depressa, chocalhando numa arritmia desmesurada que me
provocava um calor interior meramente desconfortável, as minhas mãos tal como
as minhas pernas começaram a tremer como autênticas varas verdes e eu não sabia
ao certo o que pensar. Tirei as minhas próprias conclusões… Aquele carro só
podia pertencer a uma única pessoa, a um único homem, e eu sabia muito bem quem
ele era.
- Menina
Joana… - por não ter levado as chaves de casa comigo, foi Leonardo que
respeitando as suas funções diárias e num gesto habitual de cavalheirismo e
cortesia, me viera abrir a porta, portando um sorriso afável e caloroso como
sempre me recebia
- Leonardo, a
minha avó? – já eu não fui tão subtil na minha entrada… invadi o interior como
uma flecha disparada da mira de um arco, poupando-me a mim mesma a rodeios e
indo directa ao que ali estava errado – Eu vi o carro lá fora… É o Ruben, não
é? Ele está cá…!
- Ah… Sim,
está… - a sua súbita palidez e falta de reacção só pioraram ainda mais aquela
minha ânsia, que atava um nó ao topo da minha garganta obstruindo-me
parcialmente as vias respiratórias
- E o que é
que ele veio cá fazer? Veio à minha procura? – embora tenha lutado contra isso,
foi inevitável não me ter enchido de esperanças, pois se Ruben procurava ali
uma reconciliação, eu estava inteiramente disposta a voltar para ele, sem
pensar duas vezes
- Hum… Não,
menina, penso que não… - ele pareceu-me hesitante ao início mas parecia-me
estar a falar a verdade, embora ela me magoasse, e magoou-me muito de facto,
como se me tivesse sido roubada a minha última oportunidade de ser feliz com o
homem que amava, porém ainda a vela de uma esperançazinha continuava acesa, e
eu não queria apagá-la – O menino Ruben está com a sua avó na biblioteca…
- Com a minha
avó? O que é que ele está a faz… Eu vou lá! – não me desvaneci em especulações
nem em palpites, quando eu mesma podia com as minhas pernas e com os meus olhos,
tirar as conclusões daquele cenário, que fora tudo menos esperado… para mim e
talvez para todos
- Mas… Menina
Joana… Espere! Menina! – sem querer dar importância às advertências de
Leonardo, rodei os meus pés e apontei-os numa única e inquebrável direcção, e
por me ter começado a afastar não tive certezas do que ouvi depois – Ele não
veio sozinho…
O meu coração
ansiava por poder ver uma só pessoa, aquela por quem ele chamava, e comandando
a minha marcha compassada, porém vacilante, levou-me até ao lugar onde poderia
encontrá-la. Esqueci-me das boas maneiras que desde muito cedo fora habituada e
entrei na biblioteca num rompante e sem bater à porta.
Foi mágico. Vi-o.
Olhámo-nos. A surpresa entre nós foi evidente mas eu estava tão feliz por tê-lo
ali…Foi a primeira pessoa que procurei e encontrei, deixando os meus lábios
rasgarem-se num sorriso de fé e o meu peito abrir-se a novos sentimentos e
encantos, mas de repente a magia acabou e toda aquela sensação de me poder vir a sentir viva de novo, foi levada de mim, tudo mudou ao perscrutar quem mais preenchia aquela
sala… O meu sorriso esmoreceu, os meus olhos perderam a cor e por momentos o
meu coração deixou de sentir.
Foi só aí que tive tempo de encaixar o aviso que
Leonardo me dera… Ruben estava ali e não viera sozinho.
Boa noite, queridas leitoras! :)
Aqui está um capítulo novinho, espero que gostem e deixem
os
vossos comentários.
Beijinhos,
Joana :)
ohh joana não podias acabar assim :( estou mesmo curiosa...
ResponderEliminaré muito bom chegar aqui e ver um capitulo novo e está perfeito como todos os outros! continua!
Não acredito que o Ruben foi à casa dos avos da Joana com a Ines?! :0
ResponderEliminarTadinha dela :( fg, nunca mais se entendem...
Beijinhos, adorei!
Devia de ser considerado crime a forma como terminaste este capitulo, e a maneira de te redimires era a continuação deste encontro num capitulo fresquinho, não demorando muito tempo. O meu sistema nervoso não aguenta isto, é muita emoção.
ResponderEliminarAdorei, mas Joana não pode continuar assim, só a chorar, ainda para mais ela que é modelo, não há tapa olheiras que resista a tanto choro e olhos inchados.
Eu espero bem que a pessoa que acompanha o Rúben não seja a ex-noiva, é que se fôr é preciso ter muita lata para levar a outra para a casa da Joana, era de muito baixo nível, mas como eu dele já espero tudo, já tou a prever mais um mar de lágrimas para a nossa Joaninha.
Gosto da forma como escreves, gosto de ler e de saber a versão da Joana, mas gostava muito que nos desses a conhecer mais o lado do Ruben, as suas emoções, o que vai naquela cabecinha, não encares isto como uma critica mas sim como uma sugestão.
Vou ficar ruidinha de curiosidade com o desfecho deste reencontro, continua, quero muito ler o próximo.
Beijocas
Fernanda
omg ! com quem e que o ruben estará ??
ResponderEliminarestou ansiosa , espero que postes rapido , beijos adoro escreves mt bem
Fantástico...
ResponderEliminarQuero mais... Tou super curiosa para ver o próximo...
Continua... Cada vez tá melhor....
Mas que atentado é este???? Onde está o resto do capitulo... Quero mais!!!!! Por favor
ResponderEliminarDesculpa mas só consigo pedir mais!!!!
Beijo
Adriana
Minha linda :)
ResponderEliminarTardo mas não falho, ainda assim já sabes tudo o que penso sobre o capítulo, já expressei toda a minha indignação perante o que se passou e está para se passar... o Ruben está a ser um miúdo mimado e como se não bastasse isso ainda é alucinado das ideias... será que não percebe que só se está a prejudicar a ele e a magoar a Joana???
Tirando o fato de estar a "odiar" esta fase parva do moço o resto sabes bem que adoro...
Sei que não posso exigir muito, pelos motivos que nós sabemos lol, mas não demores muito a postar o próximo...
Beijocas e continua a escrever maravilhosamente como tens feito até aqui...
amei amei , continua a escrever
ResponderEliminarMe corta o coração ver a Joana desse jeito e me parece que não vai ser desta que as coisas vão melhorar... Mas o Ruben não seria capaz de ir até lá com... não, não, não. Está sim a ser um belo de um parvo mas ainda assim aposto minhas últimas fichas nele, no bom senso dele... é, eu acho que aposto... lool
ResponderEliminarAs minhas suspeitas sobre quem possa estar com ele são três, mas como nenhuma delas me agrada, vou me remeter ao silêncio e esperar - muito - ansiosamente pelo próximo. Beijinhos.
Gabi :*
Isto não são maneiras de acabar.. deixaste-me curiosa agora.
ResponderEliminarContinua, gosto muito da história ;)