Em casa, finalmente. O
avião tinha dado entrada na pista passavam dez minutos das duas da tarde, tendo
sido um voo longo e cansativo com duas paragens que fizemos em Nova Iorque e Madrid.
Era realmente bom estar
de volta, em porto firme e seguro mas nem isso me deixou menos ansiosa em lidar
com o que ainda estava para vir… Trazia o coração embalado entre as minhas duas
mãos e nem assim ele abrandava o seu ritmo descompassado de batida, e este só
piorou quando pisei solo português.
Na minha mente estava
traçada uma única finalidade na qual viera a maior parte da viagem a maturar e
a mesma que não me permitiu descansar o quando deveria: o reencontro com Ruben,
o derradeiro e inevitável…
- Eu vou contigo, está
decidido! – impôs-se novamente Pedro contra mim, recusando ser o primeiro a
bater o pé
Recolhêramos as nossas
bagagens e atravessávamos agora o aeroporto da Portela, travando uma disputa onde
ele insistia em conferir a sua vontade, num assunto que para mim não deveria ter sequer discussão possível.
- Pela vigésima vez
agradeço-te o apoio e a preocupação, Pedro, mas já te disse que não é preciso…
Eu vou falar com o Ruben e vou resolver isto sozinha!
- É preciso relembrar-te
que uma parte da culpa é minha? Deixa-me ir contigo, eu também quero falar com
ele e explicar-lhe o meu lado nesta situação… Por favor… - ele era teimoso,
possivelmente bem mais teimoso do que eu e quando se lhe metia uma ideia na
cabeça tornava-se quase impossível conseguir demover-lha
- Pronto, pronto, tudo
bem… - travei imediatamente o percurso devido à sua insistência que já se tinha
tornado repetitiva aos meus ouvidos, e coloquei-me na sua frente – Fazemos então
assim: Apanhamos um táxi, vamos primeiro a casa dos meus avós para deixar as
minhas malas e pegar o carro, depois passamos pela tua e vamos então à procura
do Ruben, e vemos se ele está em casa!
- Feito! – um sorriso de
satisfação foi interpretado pelos seus lábios e foi assim que nos apressámos a
sair do aeroporto, apanhámos um táxi e rumámos até à moradia dos meus avós,
onde por enquanto eu ainda estava a viver
- Menina Joana, já
chegou! – o meu querido Leonardo contemplou-me com um enorme sorriso nos lábios
mal me viu trespassar a porta principal
- Olá, Leonardo! – nem
resisti em dar-lhe um abraço apertado, o mordomo que durante anos me mostrara
ser um bom confidente nas horas vagas e com quem eu construíra laços de
amizade, e até paternais, muito fortes – Vim só deixar as minhas malas e pegar
as chaves do carro…
- O quê, mas já vai sair,
menina? Ainda agora chegou de viagem…
- Eu sei, mas tenho
coisas urgentes pendentes que não podem esperar mais tempo para serem
resolvidas! – declarei com uma certidão que não me deixou quebrar a voz e olhei
seguidamente Pedro que permanecia à minha espera – Vou lá a cima… Volto num
minuto! – deixei as malas no hall e precipitei-me às escadas que subi em quatro
ou cinco lanços, transpondo os degraus a pares
Ainda consegui ouvir o
tom de reprimenda de Leonardo enquanto eu percorria o corredor do andar
superior, pedindo-me que abrandasse aquele meu ritmo acelerado que ainda assim
mantive até chegar ao meu quarto, onde acabei por alcançar as chaves do meu
carro que me lembrava de ter deixado sob a mesinha de cabeceira.
- Pedro, já tenho as
chaves… Vamos! – disse agitando no ar as chaves que detinha na minha mão e com
a mesma avidez com que subira as escadas, da mesma maneira as desci – Até logo,
Leonardo! – dei-lhe um beijinho rápido na face e alcancei a porta que voltei a
cruzar para sair
- Não quer esperar pelos
seus avós? Eles devem estar a chegar e com certeza querem muito vê-la! – ele
tentou ainda demover-me, mais eu não podia esperar mais tempo para fazer aquilo
que esperara por demasiados dias… não podia continuar adiar o inadiável
- Eu vou tentar não me
demorar demasiado, está bem? Prometo!
- Mas tanta correria,
menina… Parece que vai atrás do comboio(!)
- Eu diria mais que ela
vai atrás da felicidade, Leonardo, se é que me entende… - Pedro não tinha
mexido um único músculo desde que ali entrara e vi-me então obrigada a voltar
atrás para arrastá-lo comigo
- Anda, Pedro… Vamos
embora! – puxei-o pelo braço até conseguir arrancá-lo de casa
Ergui as chaves no ar de
maneira a destrancar o meu jeep branco e entrámos finalmente, seguindo a rota
dos planos que tínhamos delineado para as próximas horas.
Passámos primeiro na casa
do Pedro para deixarmos as suas malas e por entre o habitual trânsito que
marcava hora de ponta na capital portuguesa, segui para a rua, onde outrora já
havia percorrido os seus trilhos vezes sem conta, na qual se encontrava o
prédio de Ruben.
- Tem calma, vai correr
tudo bem… - quando estacionei junto ao passeio oposto do passeio que fazia
frontaria ao condomínio, Pedro apressou-se a transmitir-me uma dose de ânimo
enquanto eu tentava ganhar alguma coragem para sair do carro e enfrentar o que
o destino tinha reservado para mim
- Quero pedir-te uma
coisa… Quero pedir-te que fiques aqui no carro, enquanto eu falo com ele
primeiro… - olhei-o receosamente nos olhos e não deixei que as suas palavras se
sobrepusessem às minhas quando reparei que ele se preparava para falar – Pedro,
peço-te por favor! Não faço a mínima ideia como ele está, de como é que vai
reagir quando me vir… Por favor, deixa-me fazer isto sozinha!
- Pronto, tudo bem… Mas
se precisares de mim, já sabes… - ele compreendia o quanto aquilo era
importante para mim, o quanto precisava de estar sozinha com o Ruben
- Eu sei, obrigada! –
partilhámos um sorriso confiante por dois segundos, coloquei a mala no
antebraço e abandonei o carro
O condomínio estendeu-se imponente na minha frontaria e não resisti em olhar as
janelas de cortinas cerradas do apartamento dele… Respirei fundo tentando
encontrar alguma força de alento que iria com certeza precisar, como se fosse assistir à condenação do meu próprio julgamento.
Atravessei a estrada com
o cuidado que era exigido e alcancei em fim as portas duplas de entrada. Senti
em meu peito uma arritmia descontrolada que absurdamente me dava sinais do meu
coração poder saltar-me pela boca a qualquer segundo… Arrastei os óculos de sol
até ao topo da cabeça e toquei à campainha com sistema de câmara, mas nada…
Durante os minutos que ali estivera à espera e a pressionar o pequeno botão, que
nenhum sinal da presença de Ruben em casa era transmitida pela sua voz que não
soara ao intercomunicador, ou então, talvez, ele estava efectivamente lá e não
queria ver-me. Mas não, eu encontrava-me ali com um único motivo, num único
propósito e não iria abdicar dele simplesmente voltando para trás… Não iria nem
tão pouco estava com intenções de fazê-lo.
Vi uma senhora com duas
crianças a sair e aproveitei-me da situação para conseguir entrar na porta que
então fora aberta. Junto à parede das caixas de correio vi a secretária do
porteiro, que naquele momento estava a ser ocupada não por ele, mas por outra
figura que eu tão bem recordava.
- Boa tarde, posso
ajudá-la em alguma coisa? – a esposa do porteiro deslindou-me na primeira
passagem, reconhecendo que a minha presença não era frequente ali, e
interceptando desta forma a minha caminhada que já se propagava morosamente até ao elevador
- Dona Luísa, boa tarde…
- penso que ela não me tenha reconhecido no primeiro instante, pois o facto era
que eu não ia ali há muito tempo, e como tempo
é sinal de mudança…
- Joana… É você? – tal
como eu tinha pensado, a minha imagem tinha-se tornado vaga e dissipada aos
olhos dela, o que não lhe permitira concluir de passagem a minha identidade
- Como está, Dona Luísa?
– com um sorriso rasgado nos lábios, caminhei delicadamente sob os meus saltos
altos até chegar junto a ela e assim confirmar-lhe todas as suas suspeitas em
relação a mim
- Meu Deus, nem
acredito… É mesmo você! – ela largou a sua revista de palavras cruzadas que a
entretinham, ergueu-se da sua cadeira e ladeou a secretária quando me viu
caminhar ao seu encontro – Mas deixe-me olhá-la bem… Deixou crescer tanto o
cabelo, olhe bem para si… Tão elegante… Tão mulher! – enumerou
carinhosamente, vislumbrando cada traço do meu rosto e corpo amadurecidos – Fico
tão contente de a ver… Há quanto tempo!
- É verdade, Dona Luísa,
há quanto tempo! – as nossas nostalgias encontraram-se ao recordarem juntas dos
tempos em que eu era figura assídua ali – E diga-me, como tem andado a
senhora? O seu marido?
- Cá andamos, bem graças
a Deus… Ele hoje está de folga e ficou em casa, eu vim no lugar dele! – ela
continuou a olhar-me com um sorriso deslumbrado nos lábios, que lhe caracteriza
as típicas rugas nos seus olhos claros com pouco mais de sessenta anos de
sabedoria – E você, Joana, como está?
- Eu estou bem também…
Vivendo um dia de cada vez, como se costuma dizer! – a minha cabeça inclinou-se
delicadamente para o lado num gesto vulgar que foi acompanho por um simples
encolher dos meus ombros, postura que me deixou à vontade para levar a conversa
a outros assuntos – Eu vim à procura do Ruben… Sabe-me dizer se ele está em
casa?
- O menino Ruben Amorim…
Hum, não! Não está em casa! Já há alguns dias que ele não aparecia por aqui,
mas voltou ontem e saiu hoje logo pela manhã… Parece que foi passar o
fim-de-semana ao Algarve, o irmão veio cá buscá-lo e trazia a namorada!
- Foi passar o
fim-de-semana ao Algarve? Talvez tenham ido para casa da Paula, a namorada de
que está a falar!
- Paula? Não… Paula é a
namorada do irmão do menino Ruben, que também foi com eles. A quem eu me estava
a referir era à Inês, a namorada do menino Ruben!
- A namorada do menino
Ruben…(?)- repeti sucintamente as suas palavras para que estas que me tinham entrado
de rompante pelos ouvidos, começassem a ecoar furiosamente na minha cabeça
- Sim… - disse agora num
sussurro, claramente apoquentado pois deveria ter sido atacada por uma fisga de
constrangimento face que a última vez que nós duas tínhamos falado, eu ainda
ocupava o lugar na vida de Ruben, o qual ela referia agora pertencer a outra
mulher – Eles foram os quatro… juntos!
Senti-me como se tivesse
sido projectada contra a parede por ter levado um valente soco no estômago. Como
seria de esperar perante o conteúdo daquela informação, as lágrimas começaram a
farpear e afloraram-me os olhos, mas eu contive-me a retê-las e escondê-las bem atrás das lentes escuras dos meus óculos que voltei a descer até ao rosto.
- Obrigada pela
informação, Dona Luísa! – agradeci, forçando-me a sorrir mas foi em vão…
simplesmente não consegui fazê-lo, havia muita disputa entre a vontade do meu
cérebro e a oposta do meu coração
- Está tudo bem, Joana?
Talvez não tivesse sido uma boa ideia contar-lhe… - ela apercebeu-se da
alteração repentina do meu tom de voz para um mais melancólico e frágil, o
perfeito que indicava um começo de choro
- Não, não se preocupe…
Tenha o resto de um bom dia! – queria sair dali o mais rapidamente possível
para poder extravasar aquela nova sensação que me corroía por dentro, e foi
isso mesmo que fiz… puxei a pega da porta e saí do edifício, voltando a
atravessar a rua desta vez sem me preocupar com o tráfego de carros que a
transitavam
- Joana, cuidado! –
felizmente a voz elevada de Pedro travou-me, antes de eu pisar a última
passadeira e quebrar o protocolo indicado pelo semáforo vermelho para peões,
escapando à passagem acelerada de um carro que se cruzou à minha frente… quando
o sinal esverdeou atravessei a passadeira sem mais alarmismos e cheguei ao pé
dele que permanecera à minha espera encostado ao lado do condutor do carro –
Foi rápido… Falaste com ele?
- Não! Vamos embora! –
proferi monocordicamente, sem sequer o olhar e destranquei o meu carro – Desvia-te
se fazes favor, para abrir a porta!
- Então é assim? “Vamos
embora!”? – ele ficou surpreendido com a minha atitude, natural, para quem
tinha lidado com a minha impaciência em querer ver e falar com o Ruben
- Não estamos aqui a
fazer mais nada, Pedro! Ele não está em casa… Portanto, desvia-te da porta que
eu quero entrar!
- Espera lá… Afinal o que
é que se está aqui a passar, que eu não estou a perceber! – desviei o rosto e
mantive-o longe do alcance dos seus olhos, mas não longe o suficiente do seu
coração de melhor amigo que desvendou o cataclismo que impus ao meu silêncio –
Ei, miúda… Então? – ele puxou-me para perto de si e tirou-me os olhos da cara
para deixar exposta e desarmada a minha
feição dorida – O que é que se passa, Joana?
- O Ruben não esperou por
mim… - disse-lhe na superfície de uma expiração, guardando as explicações para depois
- O Ruben não esperou por
ti? O que é que queres dizer com isso?
- Eu estive a falar com a
porteira do prédio e ela disse-me que o Ruben tinha saído esta manhã para o Algarve, para
passar lá o fim-de-semana com o Mauro, com a Paula e com a Inês… a “namorada”
dele!
- A namorada dele? Mas que raio de história é essa?!
- É a história que me
contaram… - dei uma resposta muito breve, ainda assim não consegui evitar um
suspiro desconfortante que me surgiu de dentro
- Uma história sem pés nem
cabeça, portanto… - os seus braços cruzaram-se na frente do peito e não demorou
até vê-lo tomar uma atitude em defesa de Ruben – Tem de haver uma explicação!
- A Dona Luísa também me
disse que ele não apareceu em casa estes últimos dias… Podes-me explicar isso?
- Joana, pára e pensa um
bocadinho! – as suas mãos tocaram os meus ombros, obrigando-me a encará-lo e de
certa forma apelando-me para que eu aprendesse a separar as coisas – Tu estás a
fazer uma tempestade num copo de água, caramba! Ele pode muito bem ter passado
uns dias a casa do David, ou melhor, pode ter ido para casa da mãe… Ele viu-se
cá sem ti e sentiu-se desamparado… É sempre para lá que ele corre quando se confronta
com problemas, tu sabes!
- Eu já não sei nada… Não
sei! – soltei um grito suprimido, deixando então jorrar a primeira de muitas
lágrimas que se haviam formado atrás das pálpebras
- Por favor, Joana… É por
isso que estás assim? Toda a gente sabe que entre ele e a Inês não há mais
nada! – a clareza na sua voz foi tão confiante que por momentos chegou até a
sossegar-me – Mas tudo bem, vamos pôr a hipótese de a Inês ter mesmo ido com
eles passar o fim-de-semana lá abaixo… O que é que isso prova? Durante os
últimos tempos a porteira viu o Ruben na companhia dela inúmeras vezes, sabia
que eles tinham uma relação, é normal que vê-los de novo “juntos” tenha
associado isso a uma suposta reconciliação… Que na verdade não existe!
- Não namoram mas foram
passar o fim-de-semana juntos… Claro, isso faz todo o sentido!
- O que não faz sentido é
o que tu estás pra’í a dizer… Já paraste um segundo para ouvires a parvoíce que
estás a dizer? – Pedro chamou-me à razão, pois devido à confusão de pensamentos
eu não estava a conseguir ser coerente – A namorada dele és tu! Achas que se
passavam os dias, ele passava à frente e mandava-se para os braços da ex? Por
favor…
- Tal como disseste,
passaram-se dias… Dias sem eu lhe dar uma única notícia, dias sem ele saber
nada de mim! Tu conheces o Ruben, sabes que ele é precipitado, impulsivo… Eu
sei lá que ideias é que lhe passaram pela cabeça para justificar o meu
‘desaparecimento’…
- O Ruben não era capaz
de fazer uma coisa dessas… Nem tu acreditas nisso, Joana!
- Eu já não sei no que
hei-de acreditar… Estou cansada disto tudo, não posso estar feliz por um
bocadinho que logo a seguir o meu mundo desaba! – outra lágrima caiu e senti-me
cada vez mais impotente
- Então e o que é que
pensas fazer agora? Vais ter com ele ao Algarve?
O desafio foi-me colocado
em cima da mesa, como sinal de um prenúncio que poderia anteceder ao desfecho
de toda aquela história que mostrara ser um verdadeiro duelo para ser travado
por nós dois… Restava apenas saber se eu estava em condições de aceitá-lo e
levá-lo até ao fim.
***
- Menina Joana, dá-me
licença? – depois de dois toques na porta, vi Leonardo esgueirar a cabeça para
dentro do meu quarto
- Claro que sim, entra! –
permiti de imediato com um sorriso no rosto, enquanto delineava caminho da
minha cama para o roupeiro, desfazendo as malas de viagem
- Ah… Vinha perguntar-lhe
se precisava de ajuda para desfazer as malas, se há roupa que quer que leve
para lavar…
- Não, obrigada, como vez
as malas estão quase desfeitas, e a Maria já passou por aqui e já levou a roupa
suja! – predisse, fazendo a minha última caminhada até ao roupeiro onde
pendurei dois vestidinhos frescos de Verão que tinha levado
- Sendo assim… - por
momentos ele ficou expectante a olhar-lhe, sem saber o que mais havia de dizer,
mas eu sabia que havia qualquer coisa que o estava a prender ali, qualquer
coisa que ele tinha para me contar… apenas não sabia bem como – Eu vou indo…
- Leonardo, espera! –
travei-o a tempo quando ele já se preparava para atravessar a porta e deixar no
ar um assunto pendente – Não foi para me ajudares a desfazer as malas, nem para
levares a roupa suja que vieste aqui, pois não…? O que é que se passa?
- Sabe menina… - com
passos vacilantes ele cursou até chegar perto de mim em passadas receosas, que
lhe desvendaram toda a hesitação do início de uma confissão atribulada –
Desculpe-me a indiscrição, mas aconteceu alguma coisa entre si e o menino
Ruben? – ele apanhara-me completamente de surpresa, esperava ouvir tudo menos
aquilo
- Porq… Porque é que perguntas
isso?
- Ele esteve cá… O menino
Ruben veio cá a casa à sua procura! – as minhas mãos perderam as forças e
deixei cair ao chão o último vestido que pendurava num cabide
- Ele… Ele esteve cá?
Quando? – inquiri, visivelmente atrapalhada, agachando-me para apanhar do chão
o que deixara escapar das mãos
- Há coisas de três,
quatro dias…
- E os meus avós souberam
o motivo de ele ter vindo cá?
- Não, os seus avós não
estavam quando o menino Ruben veio… - suspirei de alivio, pois esse feliz
desencontro iria poupar-me a muitas explicações – Mas menina… Ele parecia estar
realmente muito preocupado consigo, saiu daqui transtornado por não a ter
encontrado…
- Eu imagino que sim,
Leonardo… - lá estava de novo aquele sentimento de culpa que não me abandonava
por nada, e me queria fazer merecedora daquela angustia que por vezes não me
deixava respirar – Ah! Diz à Rosa que não faça o jantar a contar comigo. Daqui a
pouco já estou de saída… Vou ao Algarve!
Surpreendentemente ele
não questionou aquele meu pedido, e não pôs em causa a viagem aparentemente
enigmática que iria fazer rumo a sul.
Foi então que depois de
ter tudo arrumado me dirigi à casa de banho, dedicando-me a um banho longo que
ainda não tivera oportunidade de tomar depois de pisar terra firme.
Regressei ao quarto com o
corpo enrolado a um toalhão e antes de me vestir passei um bálsamo hidratante
nas pernas e nos ombros para amaciar a pele, ligeiramente curtida pelo sol de Verão,
e depois sim enverguei-me com a roupa que já tinha preleccionado e deixado
sobre a cama. Troquei a saia e os sapatos de salto alto que usara durante toda
a manhã, por uns jeans, uma camisola de manga curta que me deixava descoberta toda
a zona do umbigo e uns ténis práticos e confortáveis. Amarrei o cabelo num
coque preso no cocuruto da cabeça e usei uma maquilhagem de tons claros que me
realçaram a cor dos olhos e volume dos lábios.
Quando saí de casa a
noite já tinha caído nas horas, mas não no céu, que ainda se encontrava
tenuemente claro devido aos dias longos do solstício de Verão. Antes de sair da
cidade tive que forçosamente fazer a minha nova aquisição, um novo telemóvel,
indispensável às necessidades básicas do meu dia-a-dia. Feito isto marginei pela
Ponte 25 de Abril e para fugir ao tráfego e também às portagens da A2, optei
por fazer rota pela estrada do litoral.
Lembro-me perfeitamente
da Paula, a namorada de Mauro que conhecera dos tempos que começara a conviver
com os amigos de Ruben, e de esta ter uma casa de praia na zona de Portimão,
onde fôramos passar alguns dias de férias em dois Verões seguidos.
Se os meus sentidos não me enganavam, e se Mauro mantivera o relacionamento,
era lá que eles estavam.
- I… I… I am falling down, try and stop me/ It feels so good to hit the
ground, you can watch me/ Fall right on my face, it’s an hupill human race/ And
I… I am falling down (…) – como minha única companhia de viagem tinha a
música, que se dispersava no vácuo do carro e tornava menor aquela minha
solidão
Estava na estrada há
praticamente três horas e a noite já tinha caído em pleno. Poucos
veículos jornadeavam o mesmo ou o contrário percurso que eu jornadeava,
tendo-me permitido fazer uma viagem mais tranquila e sem incidentes.
Trazia mil e uma coisas
na minha cabeça, mas sabia que não poderia ensaiar um discurso para pregar a
Ruben, pois este iria soar-me totalmente diferente assim que o visse, e quando
dei por mim estava a fazer o último cruzamento chegando finalmente ao lugar que
tinha debuxado e permanecia intocável na minha mente. Reconheci a
co-propriedade privada logo que a vi, estacionei o carro perto da casa e imediatamente
senti uma descarga de adrenalina percorrer-me o corpo… Teria mesmo de fazer
aquilo, se queria ser feliz teria de correr atrás da felicidade, afastei-me
dela por muito tempo, não estava disposta a abdicar dela de novo. Saí do carro,
aproximei-me do pequeno portão e entrei, uma vez que este não estava trancado…
Caminhei até ao sopé do alpendre mas algo de errado parecia estar ali, as luzes
estavam apagadas, não ouvia qualquer tipo de ruído provindo do interior e a
sensação de que a casa estava desabitada desalentou-me as esperanças. Bati à
porta e espreitei pelas janelas, tentando ver o interior, mas nada mais que uma
neblina escura do lado de dentro.
- Mas será possível que
esteja tudo contra mim?! – preguei num laivo indulgente de irritação, na estúpida
ideia de que alguém me pudesse ouvir e responder
E agora? Conhecia o carro
do Mauro e este permanecia estacionado ao pé da vedação da casa, eles estavam
lá e isso era certo mas onde teriam ido?
- Pensa, Joana, pensa… -
pedi a mim mesma, fazendo o percurso contrário e saí de novo pelo portão… eles
só podiam estar nos arredores para nem terem feito uso do carro, mas ond… - A
discoteca! – concluí num múmurio mesmo antes de os meus pensamentos terem sido
completados
Havia uma discoteca não
muito longe dali, era a mesma que costumávamos frequentar algumas noites quando lá
estivemos. Não sabia, não tinha como ter a certeza que era naquele lugar onde o
poderia encontrar, mas tinha que ir até lá… Tinha de tentar, pelo menos.
Retirei a minha mala que
tinha deixado sob o assento, colocando-a ao ombro, voltei a trancar o carro e
fiz-me a pé ao caminho, que percorri em menos de dez minutos. Cheguei à entrada
e o porteiro entregou-me o ticket de consumo, dando-me concessão para entrar e
um novo ambiente invadiu-me. Não era um espaço de muita confusão, pois era
maioritariamente frequentado por figuras públicas, o que justificou o facto de
ter um minuto de assédio por parte de dois fotógrafos que estavam lá
provavelmente à procura de cenas que servissem de fofoca entre aos média, ou mesmo de um escândalo.
Não pedi nada para beber
nem senti vontade de me chegar à pista, a minha missão ali era só uma e era
somente nela que me iria focar. Os seguranças cederam-me permissão para entrar
na zona privada e em meu redor procurei apenas por uma cara… uma pessoa. E…
sim! Era ele! O homem que amava e por quem tanto procurei, estava ali… A alguns
metros de mim, no piso superior da área, sentado juntamente com alguns amigos
que eu conhecia apenas de vista.
Queria ir até lá, queria
subir a pequena escadaria e desculpar-me por tudo mas parecia que o chão
flutuava abaixo de mim e os meus pés afundavam-se nele… Respirei fundo algumas
vezes focando unicamente Ruben, e sem que ele ainda me visse tomei
coragem e marquei os primeiros dois passos mas…
- Não faças isso! – uma
voz masculina surgiu atrás de mim e paralisou todos os meus movimentos
Rodei receosamente sob as
plantas dos pés e encarei-o de frente – Mauro…
- É preciso teres muita
lata para apareceres aqui, não é? – utilizou-se de um tom rude e altamente
prepotente que não era sinónimo dele, e na sua expressão consegui perceber bem
que estava muito pouco feliz por me ver
- Mauro, eu não… Eu não
estou a perceber… - o meu coração
começou a bater mais depressa e o peso das minhas consequências começou a
abater-se em mim mais cedo do que esperava, vindo em cada reprimenda que me era
furiosamente dirigida e se soltava da boca dele
- Não estás a perceber?
Queres que eu te explique…?
- Mauro, é melhor terem
cuidado… Andam fotógrafos a circular por aí. – razoavelmente perto de nós, e a
aperceber-se daquela troca de palavras furtivas, estava o segurança, que com
toda a certeza conhecia Mauro e não hesitou em alertá-lo, evitando um aparato
de maior
- O meu irmão não precisa
de ti… Não vês? – ele voltou-se novamente para mim e com a cabeça fez um curto
gesto, para que eu o seguisse
Os meus olhos
acompanharam o caminho traçado pelos seus, e quando rodei a cabeça para
descobrir para onde eles apontavam, deparei-me com a imagem mais perturbadora
que poderia ter visto. Olhei uma mulher que era indiscutivelmente Inês, que
então se juntara ao grupo reunido nos sofás do piso superior, e com duas
bebidas que trazia nas mãos sentou-se ao lado de Ruben, oferecendo-lhe uma, e partilhando
sorrisos iniciaram uma conversa totalmente imperceptível para mim, trocando
segredos ao ouvido um do outro.
Aquela panorâmica era
demasiado sombria para ser tolerável… A minha visão ficou entorpecida pela
linha de água que se enchera de lágrimas, e o meu queixo agitou-se num
tremelico discreto pela emoção.
- Vê se o deixas em paz…
Só fazes com que ele sofra!
- Não te preocupes… Estou
mesmo de saída! – respondendo à sua injúria, encarei-o de novo, esperando estar
a fazê-lo pela última vez
Estava pronta para fugir
daquele lugar e desta forma escapar de todas as infelicidades que nele
imperavam… Bati acidentalmente com o ombro no braço de Mauro e precipitei-me à
saída, mas esta foi-me interceptada pelo segurança que se interpôs à minha
frente com o seu corpo enorme e me impediu de passar para a outra zona da
discoteca, provavelmente por pensar que aquele confronto ainda não estava
terminado e Mauro não queria que eu saísse.
- Deixe-me passar, eu
quero ir embora! – ordenei, numa voz que parecia tudo menos intimidante, pelo
esforço desumano que fazia para não ter que me exaurir em lágrimas ali… na
frente de todos
- Está tudo bem, deixa-a
ir… - com a permissão dele o segurança abriu-me passagem, e mal o fez
recordo-me de não olhar mais para trás e sair dali o mais rápido que pude a
passo de corrida e com as lágrimas a escorrerem-me dos olhos
Assim que cheguei junto
ao portão paguei a minha comissão de entrada e entreguei o ticket ao porteiro,
que creio ter-me olhado surpreendido não só pelo curto tempo que passei lá dentro
mas também pelo estado desvigorado com que saí.
Foi quando alcancei o
passeio da rua que me senti à vontade para me libertar recordando aquelas
imagens que me vagueavam na cabeça, e desvaneci-me num choro tão atormentado
que mal conseguia ver para onde estava a ir.
- PORQUÊ? – aquela voz
surgiu de novo nas minhas costas e toda eu tremi…
Mauro dera-me uma
vantagem de avanço e seguira-me até à saída… Lá estava ele, a poucos metros de
distância. Olhei para trás e vi-o andar apressadamente na minha direcção,
pedindo-me por justificações.
- Porque é que o
abandonaste? Porque é que o deixaste outra vez?
- Eu não o deixei! –
vociferei, olhando a sua figura ofuscada na minha frente
- Não é isso que parece,
sabes?
- O que parece ou o que
deixa de parecer a mim não me importa… A verdade é só uma e é aquela que
garante que eu não deixei o Ruben!
- Queres-me explicar
então o que aconteceu para teres andado desaparecida estes cinco dias? Para não
te teres dignado a ligar? Para nem teres tido a decência de mandares a
porcaria de uma mensagem? – cada pergunta furtiva atacou-me como torpedos os
quais incitavam uma enchente de represálias que eu não iria saber como lidar –
Tu tens noção no estado de preocupação com que o deixaste? Diz-me o que é que
aconteceu… Vá, diz!
- Desculpa mas não é a ti
que eu tenho de dar justificações! – tentei manter a calma e controlar-me ao
máximo, mas a cada segundo aquela disputa ameaçava tornar-se mais difícil de
enfrentar de ânimo leve, e o meu estava a correr morosamente para o seu
desgaste
- Realmente, Joana…
Parece que já nem te conheço! – um sorriso de pura tirania foi reflectido pelos
seus músculos faciais, e uma nova acusação fora lançada contra mim – Eu
tinha-te como uma irmã mais nova, e olha que gostava bastante de ti… Até ao dia
em que decidiste fazer as malas e traíres tudo o que o meu irmão sentia por ti!
- Eu não te admito que me
acuses do que quer que seja, e muito menos que me julgues, quando não tens
autoridade moral nenhuma para fazê-lo! – o meu indicador arrebitou-se no ar e apontou piedosamente para ele, e sem eu mesma querer fui forçada a recordar os
três longos anos de solidão que vivi no outro lado do Atlântico, em terras que
desconhecia e nas quais fui forçada a
viver longe de tudo, mas principalmente longe de um grande amor – Não fales de
coisas que não sabes, Mauro…
- Então é assim… Não
queres que fale de coisas que não sei, não é?
- Não devias… Fica-te
mal!
- Tudo bem, já que metes
o assunto nesses termos, vou então falar-te das coisas que sei! – os seus
braços cruzados fincaram-se na frente do seu peito inchado pelo acto heróico
que fazia por sair em defesa do irmão, e nesse curto instante dei conta de que
um novo inflame de acusações estava prestes a surgir, e levar-me ao extremo da
minha fragilidade enquanto mulher e amante – Sei que o Ruben se sentiu um
completo miserável quando regressou ao início desta semana dos Estados Unidos e
se apercebeu que tu lhe tinhas mentido e posteriormente deixado, sei que ele
ficou destruído por dentro quando colocou a hipótese de te ter perdido novamente,
sei que ele se sentiu que nem lixo porque te amava e tu deixaste-o… Outra vez!
- Mesmo que eu te diga
mil vezes que não o deixei, tu não vais acreditar em mim, pois não? – inquiri
com o coração rasgado em mil angústias, sabendo estar a ser vítima da maior
injustiça por parte dele
- Sinceramente, não… Não
vou acreditar em ti! Tu já te foste embora uma vez, já o abandonaste uma vez…
Quem garante que não tiveste coragem de o voltar a fazer?
- Eu estou aqui, não
estou? Olha para mim, Mauro! – pedi-lhe, tendo estofo suficiente para lhe
segurar um braço e fazer com que ele me olha-se nos olhos – Eu estou aqui e vim
até aqui pelo Ruben, vim para lhe explicar o que aconteceu, para que ficasse
tudo bem entre nós! Vim porque o amo…
- O amor só não chega,
Joana… Faltam-te as atitudes! E teres vindo até aqui teria sido uma boa
atitude, se não fosse o motivo para apagares uma dor que já causaste!
Aquelas palavras
recriminadoras fizeram com que a pouca força que ainda me restava, se
sucumbisse por completo em dois ou três suspiros… Levantei o queixo em direcção
ao céu só para obrigar as lágrimas a recuar, só para não ter que me dar por
vencida e mostrar o lado mais humano e sensível que guardava secretamente em
mim.
- Então parece que não há
mais nada para dizer ou fazer aqui…
- Há só mais uma coisa… -
quando os meus pés estremaram meia volta para me levarem para outro lugar, o
timbre de Mauro que voltou a surgir, foi implícito o suficiente para continuar
uma conversa que ainda não terminara – O Ruben é o meu irmão, entendes? O meu
irmão… Eu não vou deixar que ele cometa mais erros contigo, eu não vou deixar
que ele se sinta outra vez perdido por tua causa!
- Pensava que o Ruben já
era crescidinho o suficiente para saber defender-se de uma mulher! – não evitei
em usar-me de um tom mais espicaçado e irónico que usei na minha maneira de
falar, talvez para conseguir de uma melhor forma defender-me dos pudores
amargos que eram lançados a mim
- O Ruben é um tolo, não
pode olhar para ti, não pode passar à tua beira, não pode beijar-te que fica
logo disposto a largar tudo e a deixar tudo para trás só para ficar contigo… Ele
não é crescidinho o suficiente para se defender do amor.
- Ninguém é…
- Pois mas enquanto eu puder,
é minha obrigação olhar por ele e pelo menos tentar impedir que volte a sofrer!
– conhecia muito bem o instinto protector de irmão mais velho que Mauro detinha com orgulho, e que por vezes Ruben se aproveitava dessa mesma protecção – Ele não
quer voltar a olhar para ti…
- Parece que ele agora já
tem para quem olhar! – respondi tão rapidamente quanto a minha perspicácia mo
consentiu, e Mauro soube logo ao primeiro instante o que eu pretendia insinuar
- A Inês é o melhor para
o Ruben, com o tempo ele mesmo vai chegar a essa conclusão… Foi um erro terem
acabado com o noivado e terem-se deixado, e mais tarde ou mais cedo ele vai
entender isso.
- Acho que já entendeu… -
afirmei, sentindo o meu queixo voltar a tiritar
- Óptimo! Então talvez o
melhor seja fazeres-lhe um favor e ires-te embora… De vez! – consentiu
calmamente, colocando simultaneamente as mãos dentro dos bolsos – Boa noite! –
deu meia volta e provido de um andar descontraído rompeu novamente pelos
portões da discoteca onde acabou por desaparecer do meu astro de visão pouco
depois
O meu mundo voltara a
desabar-se num par de minutos, desvalorizando os escombros que poderia deixar.
Ali sozinha no meio da rua, rompi num choro profundo e já muito contido, num
soluçar angustiante que me acompanhou na caminhada morosa de regresso ao meu
carro. Tranquei-me no seu interior logo que tive oportunidade, e sem ainda
rodar a chave na ignição, deixei tombar o tronco sobre o volante e continuei
amarrada àquele vale de lágrimas que não cessava dos meus olhos já doridos. Não
sabia distinguir quanta mágoa me cabia no peito mas consegui senti-la pesar
muito, tanto que me causou dificuldade em alimentar os meus pulmões de ar.
Eu amava tanto o Ruben, e
afinal tudo não passara de uma felicidade camuflada por um trágico engano. Não podia ter acabo assim, não podia…
Boa noite, meninas, vim deixar-vos um novo capítulo!
Desculpem a demora mas nesta fase do campeonato preenchida com provas e avaliações, tem sido impossível vir cá mais vezes deixar-vos novidades.
Quanto ao capítulo, espero que gostem e deixem os vossos comentários,
é muito importante para mim receber o vosso feedback desta história que também é vossa! :)
Beijinhos,
Joana
Estes capítulos deixam-me :( sabes bem ao que me refiro... opa não gosto nada disto... deste reverso mas aguardo pelo próximo e por novidades melhorzitas LOOL
ResponderEliminarDe resto já sabes o quanto adoro ler o que escreves, nunca te escondi a admiração que tenho por ti e pela forma como consegues transmitir tanto com a tua escrita! Continua sempre mesmo que nós tenhamos que esperar por novidades tuas... mas nunca te esqueças e muito menos duvides do teu talento... nós esperamos sempre afinal a qualidade compensa :D
Beijocas
Mari
Esta fantastico quero mais.bjs
ResponderEliminaroh nao acredito?! nao tinha começado para nunca mais acabar?
ResponderEliminaro Mauro foi um bruto, ok ok, está a defender o irmão, mas parece-me que quando o Ruben souber que ele impediu a Joana de ir ter com ele, é capaz de nao achar muita graça...
e os homens sao mesmo fracos, mas porque raio o Ruben estava com a Ines? tou furiosa com ele...
adorei o capitulo, apesar de triste.
Beijinhos*
Tadinha da Joana... :/
ResponderEliminarEles merecem tanto ficar juntos......
Continua....
adorei mas fiquei mesmo triste , o ruben e a ines .. oh espero que voltes a publicar outro capitulo em breve , adorei escreves muitissimo bem !
ResponderEliminaraiii *.* está lindo... só espero que a joana não venha de lá sozinha! espero que venha com o rúben...
ResponderEliminarcontinua!
como sempre está perfeito:) escreves mesmo bem! é tão bom chegar aqui e ter um novo capitulo... th a certeza que eles vão resolver as coisas e a Joana vem embora com ele...pelo menos espero eu! eles merecem ficar juntos... continua :)
ResponderEliminarA chorar :S
ResponderEliminarTa lindo fogo nao quero mesmo que eles se separem!
Amo, e a minha familia tambem! Somos 4 mulheres ca em casa e amamos!
Beijinhos
Alexandra, Joana, Ana e Gabriela
*.* mais que perfeito
ResponderEliminarnão tenho palavras Joana...
Ai, ai, ai, ai :( :( :( :(
ResponderEliminarHomens... homens... -.-
Meu pobre coraçãozinho está em pedaços, socorro!! hahaha. Que dó da Joana, ela não merece. E o Mauro heim? Essa de ''irmão protetor'' não podia vim em pior hora, grr -.- Tomara que tudo se resolva logo, nada está perdido porque a Joana tem é que falar com o Ruben, e não com o Mauro. E a Inês que vá passear u_u ok, estou um pouco má porque estou triste. Mas sério, perfeitão!!! Adoro *-*
Beijinhos, Gabi :*
adorei. tenta publicar de novo logo depois dos exames ok? se pudesses publicar mais vezes no verão era bom . bjs
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