Como era
possível? Como era possível encontrá-lo depois daquele tempo todo?... Depois da
distância, depois de todas as mudanças… Depois de todas as voltas que a vida de
ambos deu, e que notavelmente, não tinham sido poucas… E porquê agora? Porquê
ali… no mesmo lugar onde tinham trocado as primeiras impressões, os primeiros
olhares reveladores de uma certa cumplicidade… os primeiros sorrisos… Porque é
que isto lhe estava a acontecer? - Eram estas as principais perguntas que
permaneciam dispostas num carrossel giratório, sobrecarregado com gigantescos
pontos de interrogação, na mente de Joana. E Ele continuava ali… Continuava a
perscruta-la sobre o olhar atento dos seus olhos caramelo, como se tratasse de
dois faróis a vigia-la nas noites altas de tempestuosidade, acompanhado com um
toque enigmático a deixar-se escapulir a cada pestanejar… Certamente também ele
estaria a discutir as mesmas perguntas que tal como Joana, se limitava a fazer
interiormente. E foi apenas quando libertas das amarras que fizeram mudas ambas
as vozes, daqueles dois seres outrora amantes e hoje apenas refulgentes
conhecidos, que um tom jovial masculino, rasgou pela primeira vez o ar.
- Não sei se
sabes, mas os adeptos não podem estar aqui! – referiu com algum escárnio e
frieza, deixando que o seu olhar oscilasse entre a figura imperante da bela
mulher de quem se recordava tão bem, e o ecrã do telemóvel que segurava por
entre as mãos
- Ah… Mas eu… -
rapidamente tentou desculpar-se, mas ele não lhe deixou tomar avanço no discurso
- Se quiseres
tirar fotografias, pedir autógrafos… Vais ter que aguardar lá fora à saída,
como todos os fãs e adeptos! – aquele tom altruísta e repulsado, era o elemento
suficiente para que Joana se aperceber que afinal não passara de uma carta a
mais no baralho… de um cromo repetido na colecção da caderneta, e que
obviamente, ele já não se deveria recordava dela
“Como, como é
que ele se pode ter esquecido de tudo? De mim! Depois de tudo o que passamos…
de tudo o que vivemos…! É verdade, não durou muito tempo, mas a intensidade com
que durou… Foi tanta…“ – colmatou-se mais uma vez a vaguear em pensamentos, a
equacionar perguntas, para as quais apenas ele portava respostas
Joana
arriscava-se a afirmar que os melhores momentos passados na sua vida, foram sem
sombra de dúvida, bem do lado dele! Foi com ele que partilhou grande parte da
sua adolescência… Foi o homem que conseguiu domar o seu coração… Ele, ele e ele!
Juntando as
juras e promessas partilhadas no sabor de um beijo, aos planos traçadas de uma
suposta vida futura; ás escapadelas nocturnas que a faziam sair de casa no
silêncio da noite… em que pulava da janela do quarto, descia o pequeno telhado
das traseiras e ele sempre lá a aguarda-la, de braços abertos disposto a
aparar-lhe a queda; todos aqueles pares de horas matutinas alabregadas entre
conversas de parte a parte na varanda do apartamento dele, ao sabor de uma boa
caneca de chocolate quente; da adrenalina que sentiram em muitas das vezes que
eram praticamente apanhados em flagrante, sobre o perjúrio de uns quantos
beijos partilhados nos bancos do balneário masculino da equipa principal. Ela não iria cair na fatalidade de depois de tudo, considerar que tenha sido puro amor, como todo os direitos e significados
que tem a palavra em si, não de todo!... Mas uma paixão louca, sim! Com toda a
certeza que foi!
- Como é manz,
eu já tô pronto…! Podemo ir agora?! – nesse instante, foi a vez de uma outra
figura celebre e que Joana igualmente conhecia, marcar presença… Era David,
aquele sotaque brasileiro assim como aquela farta cabeleira de cachinhos, não
davam motivos para que se expusesse quaisquer dúvidas
- Espera puto,
ainda tenho que acabar de resolver um assunto pendente! – proferiu friamente,
sem deixar que Joana saísse do seu foco de visão, por uma margem de erro de
míseros segundos, que fosse
- Ué? Que
assunto tem pendente? – um laivo notório de curiosidade invadiu David, que
caminhou a passadas ligeiras com o saco de desporto encaixado no ombro,
dirigindo-se a ele
- Como vai ser,
rapariga?... Vais sair pelo teu próprio pé, ou vou ser forçado a chamar algum
segurança que te indique o caminho para o exterior?!... Hum? – ripostou num
ultimato certeiro, sem a mínima preocupação de lhe ferir os sentimentos, uma
vez que Joana já o tinha feito… com ele
- Tão, Ruben?!…
Pega leve, pô! – David depressa tentou acalmar os ânimos do melhor amigo, ainda
sem olhar Joana e perscruta-la minuciosa e detalhadamente, pois se fizesse
isso, de certo que se ira recordar dela
Ruben, sim...!
Ruben, é o nome dele. Homem portador de um charme encantado, poses elegantes e
beleza robusta. Sorrisos indiscretos e contagiantes a qualquer entrada... o seu
sentido de humor, olhar penetrante e o toque de uma voz sedutora, faz ressaltar
à primeira conquista… Tem um tom doce e embelecido com o feito malandro a
preencher-lhe cada lacuna dos lábios carnudos e estranhamente apetitosos.
Colmatando com um quanto de feitio difícil e muito mimado. Eram todos estes, os
motivos presentes que transportavam uma sensação electrificante por cada vaso
sanguíneo dela… que fizeram com que Joana se atraísse por ele, como um pecado
delirante e totalmente diabólico.
- Pega leve o
quê, mano? Esta rapariga não pode estar aqui… Estou apenas a fazer o que acho
que é melhor para todos!
- Caraca! Cê
fala dela como se fosse alguma criminosa… - referiu por entre sonoras
gargalhadas alheias a tudo o que se estava a passar - E
afinal quem é a moça que… - exacto, as palavras sucumbiram-se-lhe da garganta,
facto que o impediu de continuar a discursar assim que os seus olhos alcançaram
a figura exasperada de Joana, que continuava a centralizar Rúben, com o olhar –
Santo Deus, não é possível… Joana? – a sua proletarização saiu-lhe imerecidamente
numa interrogativa, totalmente abismado e surpreso por encontrá-la ali, como
se, de alguma maneira, a presença dela tivesse sido importada através de um
teletransporte
- Olá, David…!
– saudou-o timidamente, mostrando-lhe um breve sorriso ténue e delicado,
acabando com todas as incertezas que nele ainda pudessem suscitar
- Nem acredito
no que tô vendo… É mesmo você! – constatou segurando meigamente o rosto dela
por entre as suas duas mãos grandes e quentes
Escusado será
referir, que Rúben à ficado de veras desconfortável com aquele reconhecimento
de David, pois muito provavelmente esse facto iria boicotar todas as tentativas
de afastamento que ele impusera, desde o momento que voltara a ver Joana.
- Parece que
sim… - disse ela em tom sereno, ainda vítima do olhar atento e notavelmente
embevecido de David
- Mas qué que
tá aqui fazendo? Não andava lá pelas Américas?
- Sim… Mas
achei por bem voltar! – concluiu num suspiro de lamentação, voltando a
mirar Rúben que permanecia desdenhoso àquela simples troca de
palavras, e num instante muito rápido, o seu coração provou o dissabor de um
regresso… talvez não desejado por ele
- Nossa, que
saudade, garota! – confessou no apertou saudoso de um abraço, há muito esperado
– Fez muita falta aqui!
- David, eu vou
indo para o carro… Vens? – a sua voz voltou a soar, agora mais calma, mas
dorida na mesma… acabando por interromper o momento em que Joana e David ainda desfrutavam
da presença um do outro, numa simples amostra de afecto
- Manz, é a
Joana que tá aqui… A Joana! – referiu com uma certa lividez de entusiasmo
a traçar-lhe a voz, dando asno às últimas palavras
- Pois!...
Olha, eu vou mesmo andando… Se ainda ficas, vemo-nos então mais logo! – Rúben
não se poupou na secura das palavras, revelando o escárnio que sentia, por ter
bem presente a figura dela e num ápice virou-lhes as costas, dando início a uma
marcha pesarosa até ao exterior
- Rúben?
Aguenta aí mano, tô indo com você! – gritou-lhe na esperança de lhe travar a
caminhada e fazê-lo esperar, mas de modo contraditório, a clamação só fez com
que ele acelerasse o passo e acabasse por desaparecer, no cruzar do fundo de um
corredor – Mas que bicho lhe mordeu? Pirou, o muleque? – coçou levemente os
caracóis, mostrando-se atónico perante aquela acção desprazida
- Ele está
magoado, comigo! Talvez, ter voltado… Tenha sido um erro! - censurou-se
amarguradamente, vislumbrado ainda, a ala do corredor por onde ele se havia
retirado
- Não fala
bobagem! O Ruben deve ter apenas ficado confuso por voltar a vê-la, quando
menos esperava… Ele sentiu muito a sua falta, Joana, mas não está magoado com
você! – mentiu-lhe conscientemente, embora tentasse acreditar nas suas próprias
palavras, só David sabia da decadência que Rúben havia passado, assim que ficou
a par da partida sorrateira dela
- Está, está
magoado e bastante, por sinal… Consegui sentir isso, apenas na recriminação que
me lançou num olhar!
- Mas ele não
devia ter tratado cê daquele jeito, pô! – rosnou num toque de indignação,
olhando-a bem fundo dos olhos – Eu vou falar com ele! Vou meter juízo naquela
cabeça dura!
- Deixa-o estar
David… Eu merecia que ele me tratasse assim, é justo! – indagou lamentosamente,
pousando a mão no braço dele
David encaixou
a imagem dela bem na sua frente, vislumbrando-a com uma vivacidade, que de
alguma maneira se conseguira confundir com preocupação. Queria desmenti-la,
dizer-lhe uma palavra amiga… Mas apenas foi capaz de se resignar aos seus
minuciosos pensamentos, para no fim falar.
- Seja como
for… Também tenho que ir embora! – disse com um breve rasgo encorajador, a
acentuar-lhe os lábios, húmidos por uma discreta passagem de língua – Temos que
combinar um café numa tarde dessa, para pormos a conversa em dia…
- Claro!...
Tens o mesmo número?
- Tenho sim
senhora, cê não tem?
- Não… Mas
depois mando-te mensagem ou ligo-te mesmo, e acertamos os detalhes desse café!
– sorriu-lhe abertamente, tentando parecer o mais animada possível, enquanto
por dentro, o seu coração continuava a mingar a cada segundo morto
- Então, até
lá! Se cuida viu? – pousou-lhe os lábios angelicalmente na pele da testa,
dando-lhe um beijinho carinhoso enquanto sustentava uma mão na nuca dela – E
não ligue papo pró comportamento do Rúben… cê sabe como ele tem um feitio
difícil, mas é uma óptima pessoa!
- Sim, eu sei…
- ciciou num murmúrio, já enquanto o via a afastar-se
***
- E aí manz, o
que deu em você?! Foi de babaca o que fez! – repreendeu Rúben enquanto este
colocava o saco de desporto no porta bagagens
- Não sei do
que estás para aí a falar, David! – fez-se totalmente desentendido, tentando
dar aquele assunto com alheio
- Não se arme
em bobo! Sabe muito bem que estou falando em relação à maneira que cê se
dirigiu à Joana!
- O quê? Estás
a falar da mesma Joana, que há cerca de três anos deixou uma vida inteira para
trás, inclusive abandonou as pessoas que mais gostavam dela, sem
dizer absolutamente nada? – impetrou um sorriso falsamente cínico, arqueando
apenas um canto da boca – Poupa-me, puto! Essa Joana para mim, deixou de
existir faz tempo! – revelou sem deixar que a voz lhe falhasse um única vez,
para logo de seguida implantar grande parte da sua força, assim que fechou de
novo a bagageira
- Agora tá
sendo grosseiro e rancoroso! – advertiu, lançando-lhe um olhar pouco amigável,
recostando o corpo na traseira do carro e cruzando os braços diante do peito
- Essa é boa!
Quer dizer, ela deixou-m… Ela deixou-nos, voltou como se nada fosse, e agora eu
é que sou o grosseiro e o rancoroso?!
- Foram as
circunstâncias que fizeram ela ir embora, Rúben! Meta isso na sua cabeça!
- E também
foram as circunstâncias que a fizeram perder o contacto… A Joana desapareceu do
mapa! Tu sabes quanto tempo eu andei para saber onde ela andava? Sabes?! –
expeliu uma lufada de ar pesado por entre os lábios, vincando as mãos nas ancas
e colocando-se frontalmente a David – Andei meses, David! Meses! Meses para
saber onde ela estava, com quem estava, e como estava! Nós também temos uma
afilhada em comum, caramba! E no fim de contas, eu é que sou o mau da fita?!
O silêncio
imperou. Rúben limitou-se a permanecer cabisbaixo e de olhos pregados ao
pavimento, enquanto que David, continuava a mantê-lo bem debaixo da periferia
da sua visão… Ainda encostado ao carro, com uma perna sobreposta na outra,
tentando estudar todos os pensamentos de Rúben.
- A Joana não
deveria ter voltado… Não agora que a minha vida está estabilizada! – lamuriou
de jeito mais sereno, acompanhado pelo abano cordial da cabeça em modo
reprivatizo
- ‘Pera aí,
‘pera aí! – ordenou-lhe de sorriso enigmático na boca, posicionando a mão
aberta à frente do tronco – Agora eu me perdi… Cê tá querendo dizer que a vinda
da Joana, pode eventualmente… Vir a destabilizar a sua vida? É isso? – arqueou
o sobrolho num arco perfeito, mostrando um ar inquisidor
- O que estou a
querer dizer, é que ela nunca deveria ter voltado e pronto! – afirmou
desprendendo-se da anomalia e fugindo claramente à ‘questão raiz’ de David
- Rúben, seja
honesto comigo… - iniciou a pergunta que iria emulsionar, incorporando uma
expressão mais acintosa, devido à seriedade do assunto – Sentiu alguma coisa
quando viu ela?
- O quê? –
enrugou a testa, assim como um sorriso traçado de ironia lhe habitou na boca,
exibindo toda a sua surpresa por ser impulsionado a responder aquela “patusca”
interrogação – O que é que te deu, agora? Tás parvo?!
- Responde,
mano! – insistiu com o consentimento de um breve acenar de cabeça, David já
sabia a resposta mas sabia também, que o orgulho de Rúben era bastante
superior, para que o deixasse admitir o quer que fosse
- Não vou
responder a perguntas tolas que não têm cabimento nenhum! – fincou o pé no
chão, decidido a arrumar o assunto que iria certamente suscitar daquela
inofensiva pergunta, numa gaveta a sete chaves
- Se fosse
pergunta tola sem cabimento nenhum, cê respondia numa boa… Sem qualquer
problema! – ripostou rapidamente num duvidoso torcer de lábios, ainda
esperançoso de ouvir uma resposta
- Ouve, David…
- aproximou-se dele a passo ligeiro e de voz amena, tentando não se exaltar e
padecente do aborrecimento que a conversa já lhe estava a causar – O meu
passado é o meu passado! Ponto final!
- Mas agora o
seu passado voltou… – relembro num tom zincado e certeiro a uma má reacção
oposta, mas antes que isso pudesse acontecer, voltou a exclamar-se – E não se
sente reticente quanto a isso?
- Não, não me sinto reticente! Eu e a Joana tivemos um caso sim, que terminou e que ficou no
passado… E esse passado é definitivamente para esquecer!
- Tiveram um
caso? Tá querendo enganar quem… seu pai?! – atirou numa leve gargalhada – Fala
sério, pô… Vocês era loucos um pelo outro!
- Eh puto, já
'tás p’rai a divagar… Não exageres! - advertiu aperaltadamente, fazendo girar
as chaves do carro no seu indicador - Foi apenas um mero namorico sem grande
importância, poucos e bons momentos que passamos juntos… Nada mais! – afirmou
tentando parecer seguro daquilo que dizia, mas estando ciente que o que tivera
com Joana, fora bem mais do que aquilo estava disposto a subscrever
- Hum, hum! –
consentiu cordialmente com a cabeça, em dois movimentos pausados – Agora diga
lá isso de novo, mas desta vez, sem deixar crescer o nariz!
- Ah, David!
Vai-te catar! – rematou numa só respiração, fazendo-lhe um rápido trejeito
afugentado com o braço, dirigindo-se depois para a porta de condutor do
carro – E é melhor que desencostes esse rabo de sereia do meu carro, antes que
eu recue e me esqueça que estavas aí! – disse agora num tom mais espicaçado,
tentando aliviar a tensão que até à altura, lhe contraía os ombros
- Oiça lá, cê
vai no jantar logo à noite? – inqueriu assim que respeitou o aviso dele e se
afastou do carro
- Já disse ao
Rui que ia… Não me vou cortar em cima da hora, né? – assimilou uma expressão de
evidência, descansado os braços sob a capota - Vou só a casa tomar um
banho e trocar de roupa, passo pela casa do Luisão para apanhar a Sofia e vamos
ao jantar!
- Vai levar a
mulequinha?
- Vou! Foi o
que lhe prometi… - desbridou num largo sorriso embevecido, ao recordar a
pequena figura da menina dos seus olhos
- Ai, que temos
padrinho babadão! – zoou David, num ameno tom de brincadeira
- Ai temos
pois! – reafirmou mesmo antes de entrar no carro, David voltou a aproximar-se e
acabou por encaixar os braços sob a janela aberta da porta, enquanto Rúben já
amarrava o tronco ao cinto de segurança
- Agora fala
sério, manz… Como é que as coisa entre cê e a Joa… - iria continuar, mas Rúben
apressou-se a cortar-lhe o discurso
- Ei, ei, podes
já parar por aí! – avisou-o rodando a chave na ignição – As coisas entre mim e
ela são bastante simples e claras: Nunca mais nos voltamos a ver e assunto
arrumado! – desfechou com a certeza a comandar-lhe a voz, como se tivesse todas
as garantias que seria mesmo isso que vira a acontecer
- Isso era
fácil se fosse você ou ela, a decidir…
- Ai sim? Então
se não somos nós, quem é? Diz lá…!
- É o destino,
manz… - elucidou-o dando-lhe leves palmadinhas no ombro – É o destino!
***
Depois de David
se ter ido embora, Joana deixou-se permanecer naquele encruzilhar de corredores
e mais corredores, ainda esmorecida e simbolicamente desanimada pela petulância
daquele reencontro, rezando interiormente para que alguém aparece e lhe
indicasse o caminho correcto… deixando-se depois ficar abraçada, aos conflitos
dos seus pensamentos.
- Joana! –
bradou uma voz grave de homem feito, juntamente com um ligeiro toque instaurado
no ombro dela, que a fez despertar do estado hipnótico e assustar-se
instantaneamente
- Aii! – um
pequeno grito em surdina fugiu-lhe dos lábios, rodando depois o corpo, no
sentido em que Rui Costa se encontrava – Padrinho! – Saltou de imediato para os
braços dele, remetendo-se a um caloroso abraço recepcionista
- Minha
querida, há tanto tempo… Como estás? – perguntou quebrando o longo abraço e
perscrutando a menina que já se havia transformado numa bela mulher a olhos
vistos
- Eu cá estou…
Estou bem! E tu, meu padrinho?
- Estou feliz
por te ver… - confidenciou-lhe rasgando os lábios numa amostra de felicidade –
A tua avó, avisou-me à pouco que vinhas procurar-me!
- Sim, vinha
ver como estavas! Mas confesso que se tornou numa tarefa quase impossível…
incorporou uma expressão facial desdenhosa, franzindo o nariz enquanto olhava
em seu redor – Acho que isto devia ter placas de identificação espalhadas em
cada ala! – disse divertida, relembrando as vezes que se chegou a perder
naquele lugar
- Vou ver se
consigo tratar disso! – soltou umas leves risadas misturando-se com as de
Joana, sobrepondo o seu braço envolta dos ombros dela – E diz-me, tens tempo
para vires tomar um café comigo e pormos a conversa em dia? Temos muita coisa
para falar…
- Tenho sim
senhor! Tenho todo o tempo do mundo…
***
Conversaram
durante horas, falando um pouco de tudo e um pouco de nada, acompanhados por um
escaldante café do Starbucks no Chiado. Joana abordou-o relativamente à sua
mota que deixara aos cuidados dele, e Rui, aproveitou esse pequeno pretexto
para convidá-la a jantar lá em casa. Obviamente que era um convite tentador,
logo, foi-lhe impossível recusá-lo.
Penas chegaram
à enorme e faustosa mansão, no alicerce de um crepúsculo pleno. A maioria dos
pormenores que reclinavam cada recanto do exterior da habitação, Joana não se
lembrava, havia sido praticamente tudo remodelado e o vasto jardim junto ao
portão majestoso da entrada, parecia-lhe ainda mais preenchido que na altura,
mas os pioneiros continuavam a permanecer… as roseiras brancas que tornavam o
local singelamente imaculado, acompanhadas por um vanglorioso chorão e duas
palmeiras altivas, que ofereciam uma sombra convidativa inebriando um ar mais
tropical. Assim como a calçada que se estendia até à porta principal, decalcada
com pedras rasas, ásperas e de cor muito semelhante à do carvão.
E por maior que
fosse a distância que o vasto Atlântico impunha e pelo tempo alargado que tenha
estado afastada, Joana não deixara de lembrar o lugar a que pertencia, ao que
desde da sua infância se habituara a chamar de lar e regressar a casa era a
melhor sensação de que no momento, o seu coração estava declaradamente
desfrutar.
Aproximaram-se
da entrada sempre ladeados um pelo outro, e o momento no qual Rui abriu a porta
e permitiu a passagem primária da sua afilhada, Joana foi abruptamente invadida
por uma nostalgia reconfortante e agradavelmente desmesurada… O doce cheiro que
preenchia o ar interior, continuava com a mesma doçura, assim como as sensações
padejadas que de imediato se fazia sentir.
- Que saudades
eu tinha de tudo isto! – gracejou ela, vislumbrando detalhadamente todos
os retoques de beleza da moderna decoração, que abonava o largo e refastelado
hall, pegando depois na moldura de uma fotografia disposta sobre a pequena
mesinha de verga – Meu Deus, o Pipo está tão crescido! – mirou Rui que
suspendia o casaco num rebordão do cabide e mostrou-lhe a fotografia recente do
filho mais velho dele, agora com quinze anos, Filipe
- Sim… Está a
ficar um homem! – acrescentou, consentindo positivamente e beirando-se dela
- E onde é que
estão todos? – espoletou de forma entusiástica, já empolgada e ansiosa por
voltar a sentir os abraços acolhedores da família
- Hum… Ó muito
me engano, ou estão lá fora de volta do barbecue a preparar os grelhados! – informou
tranquilamente com um sorriso rasgado nos lábios – Vai lá ter com eles, eu vou
só ao escritório guardar umas papeladas e tomar um duche rápido depois vou lá
ter convosco!
- Está bem, até
já!
- Até já… -
começou a subir as escadas que o conduziam até ao piso superior, mas de súbito
parou a sua marcha para se voltar para trás e a aborda-la novamente – É
verdade, hoje temos convidados!
Joana já não
teve tempo de se fazer ouvir, Rui já se tinha afastado o bastante para ela não
o conseguir ver. Rodou os calcanhares, e encaminhou-se até ao jardim do pátio
das traseiras, ainda a pensar com um sinapse de curiosidade e estranheza,
referente aos “convidados” de quem o seu padrinho pouco falou.
E foi apenas no
trespassar da porta de vidro dupla de acesso ao exterior, que a maior parte das
dúvidas ficaram esclarecidas, ao ver somente David em redor do barbecue a confeccionar os grelhados do
jantar.
- David! –
bradou em tom satisfatório enquanto se dirigia a ele, feliz por voltar a vê-lo,
muito antes do que ambos esperavam
- Oioi,
garotinha! – saudou-a pela segunda vez naquele dia, sempre com o mesmo tom
jovial e carinhoso a embrenhar-lhe a voz – Não sabia que também vinha…
- Pois, eu
vinha apenas na intenção de levar a mota, mas já sabes como é o meu padrinho…
Insistiu para que ficasse também para o jantar! – escondeu ambas as mãos nos
bolsos traseiros das jeans, enquanto varria com o olhar, todo
o recinto do pátio convidativo
- E fez ele
muito bem! As minhas espetadas vão ficar bem gostosas, viu? – disse divertido,
remexendo as suculentas espetadas com o garfo comprido de churrasco
- Disso não
duvido! – referiu enquanto as mirava a ficarem mais queimadinhas a cada revolta
persuadida pelo garfo, e depois de soltar breves gargalhadas
Foi apenas uma
questão de breves instantes, até mais duas figuras fazerem também parte dos
elementos que davam vida ao espaço.
Ruben, trazia
bem embrenhada ao aconchego do seu colo, a bela Sofia, a sua afilhada de apenas
três anos. Na primeira impressão, à ficado apreensivo e um pouco inquieto… Não
só pela presença feminina que jurou para si mesmo nunca mais voltar a ver, mas
também pela reacção que a pequena que resguardava em seus braços pudesse vir a
tomar, em relação à madrinha que não via, há quase meio ano e que mantinha uma
conversa animada com David.
- Papi… - a voz
carinhosa da menina suou baixinho, clamando assim Ruben, enquanto continuava a
examinar a silhueta daquela figura que lhe era tão maternal, disposta em
retrato de perfil
- Diz, meu
doce! – incentiviou-a a continuar, dando-lhe um beijo ternuroso na bochechinha
rechonchuda
- Está alhi… A
mami, está alhi! – disse, ainda numa vozinha deliciosa de bebé e apontando com
o seu pequeno indicador, reconhecendo Joana de imediato
- Pois está…
Queres lá ir ter com ela? - embora da relação nada harmoniosa que agora ele
partilhava com a Joana, Ruben nunca privaria Sofia de se relacionar com ela
- Posho? – os
olhos grandes e pestanudos dela, brilharam que nem duas
estrelinhas rutilantes, procurando o olhar de Ruben
- Claro que
podes! – pousou-a delicadamente no chão e colocando-se de crócaras para lhe
compor o vestidinho rosa, que lhe dava um aspecto semelhante ao de uma pequena
princesa – Vai lá! – encorajou-a num sorriso terno e sincero
- Mami! Mami! –
invocou-a no diminutivo com que sempre fora habituada a chamar à sua
madrinha, enquanto corria na direcção dela
Ao ouvir aquela
voz tão dócil que já lhe soava tão familiar aos ouvidos, Joana voltou-se num
ápice tendo só uma reacção: tomar a pequenina nos seus braços.
- Ai, mami… -
ciciou num suspiro contundente, abafado no pescoço perfumado de Joana, enquanto
se abraçava a ela com toda a força que tinha e bem coladinha que nem uma lapa
- Sofia! Minha
pequena Sofia! – proferiu na fuga de um respiração melancólica e entrecortada,
que rapidamente deu asno a um choro silencioso… era muita emoção para um dia só,
e agora, segurando firmemente o serzinho que se havia tornado o mais importante
da sua vida, nos seus braços, foi o declame para deixar fluir a corrente de
emoções que lhe abarcava na alma
- Tive tantas
shaudades tuas… Tantas, tantas, mami! – repetiu-se sucessivamente, deixando
escapar uma lagrimazinha inocente do canto do olho, que rolou verticalmente sob
o seu rosto perfeitamente angelical
- Eu também
tive muitas saudades tuas, meu amor… Muitas! – desabafou, enchendo o rosto da
menina com o polvilhamento de beijinhos meigos e repenicados, em pedaços ao
acaso naquela pele pura de bebé
- P’omete… -
pediu-lhe posicionando os seus olhos nos dela, enquanto lhe segurava o rosto
por entre as pequenas mãozinhas - P’omete que nunca mais me deixas, que
nunca mais te vais embolha… P’omete, mami!
- É claro que
eu prometo, meu anjinho… É claro que eu prometo! – assegurou-a de olhos
fechados e de testa colada à dela, para logo de seguida ambas iniciarem uma
brincadeirinha com os narizes… fazendo-os chocar um no outro em movimentos
aleatórios e consecutivamente repetidos, o que inevitavelmente originou risadas
deliciosas nas duas
Ruben,
olhava-as completamente enternecido… O cenário que estava disposto mesmo diante
dos seus olhos, era estranhamente apaixonante e aquele retrato, rapidamente
viajou até ao seu interior, aquecendo-lhe o coração.
David, como
seria de esperar e até ao momento sempre atento ao desenrolar da acção, decifrou
a nostalgia em que o melhor amigo estava envolto.
- Eu disse,
Ruben… - sussurrou-lhe num tom apaziguante, assim que se aproximou dele – Eu
disse que é o destino, quem acaba decidindo…
Minhas leitoras
queridas, peço imensas desculpas pela minha ausência ,
mas estes
meus últimos dias foram um pouco agitados, o que não me permitiu
uma
entrega regular na escrita! :/
Mas finalmente,
aqui vos deixo mais um pedaço desta história, que espero, estar do
vosso agrado! Aproveito também para vos agradecer todos os comentários de
apoio que me têm deixado, sem dúvida que são uma mais valia que me dá
ânimo para continuar a escrever... O meu muito obrigada! :)
Espero que
continuem a deixar as vossas opiniões, que como já sabem,
são muito
importantes!
Muitos
beijinhos,
Joana
Hum... o Ruben foi mauzinho :s lool
ResponderEliminarCá para mim isto ainda vai dar que falar :P
Quero mais desenvolvimentos, principalmente saber como vai correr este jantar, ainda para mais com a afilhada deles lá LOOL
Continua :)
Beijocas
AI, AI, AI ...
ResponderEliminarIsto promete !
Essa história do passado entre a Joaninha e o Ruben não está lá muito bem resolvida (e ainda bem).
Estou a adorar o rumo que estás a dar à fic e espero que publiques rapidamente outro capítulo :)
" É O DESTINO QUE ACABA DECIDINDO "
Beijinhos
Raquel
A sério, tu matas-me com a tua escrita, não é possível. Fico abismada com cada capitulo teu, são todos de ficar com o queixo no chão!
ResponderEliminarTou a ver qe vai ser uma reconciliação dificil, agora qero o próximo muito rápido para não desesperar!
Beijinhoos
Oh minha querida Joana, como eu fiquei contente quando vi que tinhas escrito. Fiquei mesmo muito contente, não só por este ser grande mas também por estar perfeitamente bem escrito.
ResponderEliminarEste reencontro soube a pouco mas sei que da tua cabecinha surgirão novas ideias.
Não demores muito a escrever, sff.
Beijinhos
Sou uma daquelas leitoras assiduas e viciadas da tua outra fic, e sempre que posso comento,nesta é a primeira vez que o faço, apesar de ler cada capítulo que escreves.
ResponderEliminarTal como a outra a maneira como escreves contagia-nos de tal forma que não nos apetece parar de ler, queremos sempre mais.
Adorei o reencontro deles, apesar da frieza demonstrada pelo Ruben,ele pode enganar-se a ele próprio mas não engana o David.
Este jantar promete,e o facto de terem uma afilhada em comum ainda os vai aproximar mais, como diz o David, é o destino...e como eu digo "o que tem que ser tem muita força".
Só te posso pedir que me dês o prazer de ler muitas vezes mais capitulos, tão bons ou melhores que este,nesta e na outra fic,que também adoro.
Beijos
Fernanda
tá BRUTAL minha linda! :) adorei muito, já estava com saudades de ler qualquer coisinha tua, principalmente desta maravilhosa FIC! bem, eu agora fiquei curiosa para asaber como vai correr o resto da noite, e concordo com o David, é o destino mesmo! :)
ResponderEliminarfico à espera do proximo!
beijinhos querida! :)
ass: Diana Ferreira
Lindo Lindo Lindo, minha linda !! *.*
ResponderEliminarContinua a escrever assim .. :D
bjnhO querida .. :)
PS: Eu postei ontem !! :D
Olá Juca :D
ResponderEliminarMais um capítulo lindo que me deixou com vontade de ler mais, mais e mais!
Posta rapidinho sim? :p
Beijinhos
Ritááá xD
Adoreiii tudo!! *.*
ResponderEliminarO gift esta perfeitinho!! ChaCe aii aiiii.... :P
O Quanto ao capitulo.. bem esse.. es´ta mesmo PERFEITOOO!!
Já adorava a tua outra fanfic, e esta logo no prefácio prometia muito...e ainda bem que fizeste cumprir as expectativasssS!!
O encontro MEU DEUSSS :O (fica difícil arranjar palavras para comentar depois de ler coisas assim, que nos deixam completamente maravilhadas)
Tadim do Rúben pelos vistos esta muito magoado, mas isso não se faz.. indiferença deve ser uma das piores coisas que as pessoas amadas podem-nos fazer...
FoGOOO! Quero o próximo! :D RapidaMENTE :(
Beijoo *
magnifico!!!
ResponderEliminarmais e rapido :)
beijinhos
http://umanovadefinicaodeamor.blogspot.com/
eu AMO!
ResponderEliminarmeu deus eu chorei quando eles se encontraram *-*
bjs, alexa
Oh minha querida Juca... Por onde hei-de eu começar?
ResponderEliminarEra de madrugada quando li este incrível capítulo e fui-me deitar de queixo caído, totalmente incrédula com o que acabara de ler!
Já to disse, mas reforço... Este é sem dúvida o melhor capítulo que já li escrito por ti!
É surreal a quantidade de emoção e sentimento que cada palavra nos transmite e o jeito como tudo encaixa, tudo faz sentido... Uma perfeita harmonia!
Estou totalmente rendida à história, ao enredo e a cada detalhezinho lindo :)
Nenhuma palavra que escrevi faz realmente justiça à grandeza do que tenho perante os olhos, mas é o mais perto que consigo chegar... Agora só te posso dizer que aguardo ansiosamente o próximo!
Beijinhos, minha querida! ^^
Olha, Olha ...
ResponderEliminarquero MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAis =D
estou total e irremediavelmente rendida à história
Há muito que não via uma escrita assim tão realista, tudo o que escreves faz-nos sentir como se estivéssemos mesmo ali a ver a cena, é realmente fantástico :)
ResponderEliminarContinua assim, muitos Parabéns!! :D:D
Publica depressinha, pleaseeee
ResponderEliminarestou mesmo ansiosa pelos desenvolvimentos da história...
fantastico... tao lindo...
ResponderEliminarquero mais...
continua...
Ai! Cada vez gosto mais desta fic!
ResponderEliminarEstá mesmo linda!
Amei o capítulo!
Espero ansiosamente pelo próximo.
Beijinhos!
Para quando o próximo capítulo ?!
ResponderEliminarPrendeste-me à história por causa de um nome, lol
ResponderEliminarx)
Estou em pulgas por um novo capitulo!!!
ResponderEliminarLindo, lindo, lindo :D
ResponderEliminarAdorei espero que continues :)
Beijinhos
PUBLICAAAAAAA
ResponderEliminarpor favor, já nao me aguento xD
ainda bem que gostas, querida (:
ResponderEliminarAmei ! ! !
ResponderEliminarQual o nome da música ?
:P