Prefácio

“O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e correr o risco de viver os seus sonhos”… Bem, o sentido destas palavras não poderia estar mas explícito e directo. É verdade sim, e sempre se ouviu dizer que o sonho comanda a nossa vida, e é nisso que nos baseamos ou pelo menos tentamos basear, para que possamos saborear a vida da maneira mais doce. Mas será sempre assim? Pode soar-nos como um dilema, uma subjugação do que queria-mos que fosse real… ver os nossos sonhos retratados nos longos projectos da nossa vida… infelizmente deparamo-nos com os dissabores disfarçados de pequenas pedrinhas jogadas na longa calçada do nosso caminho, e com certeza quer nos irão aparecer não uma nem duas, mas muitas vezes, ao longo de cada momento. E o que será que acontece quando nos vemos enfrentados com uma outra realidade? Realidade omissa, que não conhecemos, que não é a nossa, e que nos  impomos prontamente a recusar sem pestanejar? E de repente descobrimos que tudo o que acreditávamos até ao momento, se tinha desmoronado em forma de um castelo de um baralho de cartas, se tudo aquilo em que acreditamos não passa apenas de uma miragem persuasiva e bruscamente manipuladora… e, no caminho que com o tempo vamos trilhando as barreiras, os obstáculos, os preconceitos, as injúrias e a obscura rivalidade de um passado ainda por encerrar, se impuseram a tudo aquilo que sempre sonhamos? Todas as juras de amor partilhadas num sentido olhar, todas as promessas murmuradas no silêncio de um beijo, não passarem apenas de badaladas recordações pelo suspiro duvidoso do vento… Contudo somos obrigados a mudar a nossa vida de maneira tão radical, que a distância das pessoas que amamos, se impõe irreversivelmente. E é nesses momentos mais difíceis de lidar, que o amor decide mais uma vez deixar a sua marca, arrastando consigo dois corações aparentemente incompatíveis… um amor escondido dos olhares mais comprometedores, das identidades mais duvidosas, um amor que não havia sequer de existir… mas mandar no coração e nos sentimentos de outrem, é algo absurdo de se acreditar. Aguardamos expectantes pelo momento em que podermos mostrar um sorriso sentido, em que podermos derramar uma lágrima de extrema alegria, o desejo de sermos felizes, deixar de fazer parte apenas da nossa lista de desejos, para passar a ser a nossa mais bela realidade. E é num sussurro inabalado que ouvimos “Um dia a nossa história começa para nunca mais acabar”, e podemos completar essa frase dizendo: hoje é o dia!